
Nove acusados de furto de armas do arsenal do Exército são condenados pela Justiça
Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa com informações da Agência Brasil/UOL
A Justiça Militar da União em São Paulo condenou nove pessoas pelo furto e comercialização de armamentos do Arsenal de Guerra de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
De acordo com a Justiça, quatro dos condenados eram militares do Exército Brasileiro e cinco são civis.
O furto ocorreu no dia 7 de setembro de 2023, feriado da Independência do Brasil, quando a unidade militar estava sem expediente.
No entanto, o sumiço das armas, que estavam no Arsenal de Guerra em Barueri, foi percebido somente no dia 10 de outubro durante inspeção.
Na época, o Exército informou que sumiram do arsenal:
- 21 metralhadoras, sendo 13 de calibre .50, capazes de derrubar aeronaves
- Oito de calibre 7,62
- Um fuzil
Militares condenados
Dois ex-cabos do Exército, apontados pela Justiça como os principais mentores do crime, foram condenados a 17 anos e 4 meses de reclusão, em regime fechado, pelo crime de peculato-furto. Um deles era motorista, e o outro era auxiliar na Seção de Transporte.
O chefe da Seção de Inteligência, um tenente do Exército, também foi condenado e recebeu uma pena total de 9 meses de detenção por inobservância de lei, regulamento ou instrução e por peculato culposo, já que ele teria emitido ordem para que os veículos não fossem revistados ao entrarem ou saírem do local, o que facilitou a retirada das armas do local.
Já o tenente-coronel que comandava o Arsenal de Guerra à época dos fatos foi condenado a seis meses de suspensão do exercício do posto. De acordo com o Ministério Público Militar, o tenente-coronel teria sido negligente ao descumprir normas do Exército. Os nomes dos condenados não foram revelados.
Civis condenados
A Justiça também condenou cinco civis pelo crime de comércio ilegal de arma de fogo. Um deles recebeu uma pena de 14 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão.
Os demais receberam penas de 18 anos de reclusão, todos em regime fechado, e multa.
Segundo foi apurado nas investigações, no feriado de 7 de setembro de 2023, dois cabos do Exército arrombaram os cadeados e o lacre do depósito onde estavam as armas, além de desativarem o alarme do local. Em seguida, eles colocaram as armas em uma caminhonete e deixaram o local sem serem revistados. As armas foram entregues a civis, que repassaram para integrantes de organizações criminosas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Armas recuperadas
Durante as investigações, 20 das 22 armas subtraídas foram recuperadas.
No dia 19 de outubro de 2023, a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou oito armamentos no bairro da Gardênia Azul, abandonados dentro de um carro.
Em 1º de novembro, outras duas metralhadoras foram localizadas no Recreio dos Bandeirantes, também na capital fluminense.
Já no dia 21 de outubro, policiais civis encontraram nove armas em meio à mata do município de São Roque, no interior de São Paulo, após confronto com criminosos.
Duas metralhadoras ainda seguem desaparecidas.