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📍 Redação São Paulo TV
🗓️ Segunda-feira, 4 de agosto de 2025 | 18h40
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, após concluir que ele descumpriu medidas cautelares impostas anteriormente no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
Além da prisão domiciliar, Moraes ordenou o confisco de todos os aparelhos celulares utilizados por Bolsonaro, incluindo um dispositivo que teria sido usado durante uma chamada de vídeo com o senador Flávio Bolsonaro, seu filho, amplamente divulgada no Instagram.
O que motivou a decisão
Segundo a decisão obtida pela imprensa, Moraes afirma que Bolsonaro “agiu de forma dolosa ao se dirigir aos manifestantes em Copacabana, no Rio de Janeiro”, durante ato no último domingo (3), e que tal conduta teria como objetivo “coagir o STF e obstruir o andamento das investigações”.
O ministro mencionou que o conteúdo do evento e da chamada com Flávio Bolsonaro foi postado na plataforma Instagram, o que evidencia, segundo ele, a intenção do ex-presidente de mobilizar sua base com “material pré-fabricado” com fins políticos.
“Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram”, afirmou Moraes no despacho.
Redes sociais e repercussão
O vídeo do telefonema entre Bolsonaro e Flávio, transmitido ao vivo e republicado por perfis aliados no Instagram e no Threads, mostra o ex-presidente agradecendo aos manifestantes, criticando o STF e dizendo:
“Estamos juntos, isso aqui é o povo de verdade. Não temos medo deles”.
O conteúdo foi amplamente compartilhado por influenciadores bolsonaristas como Nikolas Ferreira, Carla Zambelli e Gustavo Gayer, que se pronunciaram publicamente criticando a decisão de Moraes, alegando “perseguição política”.
Por outro lado, parlamentares do campo progressista elogiaram a postura do ministro. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou no X (antigo Twitter):
“As instituições precisam agir com firmeza. Ninguém está acima da lei.”
Determinações adicionais
- Bolsonaro deverá permanecer em sua residência em Brasília, sob monitoramento eletrônico.
- Está proibido de realizar comunicação externa sem autorização judicial.
- A Polícia Federal foi autorizada a entrar na residência para apreender os celulares e qualquer outro dispositivo de comunicação.
- O ex-presidente também será proibido de manter contato com outros investigados no inquérito dos atos antidemocráticos.
Próximos passos
A defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente. Fontes próximas ao ex-presidente indicam que seus advogados devem entrar com recurso ainda nesta noite.
O Palácio do Planalto evitou comentários, mas interlocutores do governo disseram que o presidente Lula foi informado da decisão por telefone assim que o despacho foi publicado.
Ato em Copacabana
O ato realizado no domingo (3) contou com milhares de pessoas na orla de Copacabana. Bolsonaro não discursou pessoalmente, mas apareceu em uma tela improvisada e conversou ao vivo com Flávio Bolsonaro. Segundo Moraes, essa aparição constitui quebra direta da medida cautelar que o impedia de comunicação com outros investigados e de envolvimento em eventos públicos de incitação.
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