Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Corra Brasilia

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retornou dos Estados Unidos nesta segunda-feira (4) e foi recebido pela Polícia Federal.
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador foi levado ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, órgão da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde teve que colocar tornozeleira eletrônica.
Marcos do Val viajou aos EUA contrariando decisão do ministro, que determinou a apreensão do passaporte do senador. Para deixar o Brasil, ele utilizou o documento diplomático, que continuava com ele.
Marcos do Val é investigado por ter feito campanha nas redes sociais contra os policiais federais que atuam na investigação da trama golpista.
Foi por conta dessa investigação que houve a apreensão do passaporte dele em agosto de 2024, quando passou a ser investigado e teve as redes sociais bloqueadas.
Em março deste ano, o senador entrou com um recurso para reaver o passaporte, porém Moraes rejeitou o pedido.
Pedido de viagem negado
Do Val embarcou para os Estados Unidos no dia 23 de julho. Oito dias antes, ele solicitou ao STF autorização para a viagem, acompanhado da companheira, filha e enteada.
O senador informou as datas de ida e retorno dos Estados Unidos, o hotel em que a família se hospedaria em Orlando e bilhetes para acesso aos parques de diversão da Universal.
No documento, a defesa do parlamentar argumentava que o Supremo “não proibiu expressamente o senador Marcos Ribeiro do Val de sair do país, embora tenha decretado a apreensão de seu passaporte”.
“Inexiste motivo para negar ao peticionário o direito de viajar de férias com sua família, nem de privá-lo do convívio familiar. Vale lembrar que nenhuma das decisões proferidas nestes autos proibiu-o de viajar com sua família”, alegou o advogado.
No dia 16 de julho, Moraes decidiu negar o pedido, afirmando que não havia motivo para modificar as medidas cautelares impostas contra o senador.
Porém, a decisão de Moraes só chegou à defesa do senador no dia 24, quando já havia desembarcado em Miami. Como o processo corre em sigilo, o oficial de Justiça precisou entrar em contato com os advogados para comunicar a decisão do ministro.
Bloqueio de contas e cartão
Como retaliação, Moraes decidiu bloquear as contas bancárias e o cartão de crédito de Do Val e de sua filha.
Em nota divulgada por sua assessoria, o senador negou que teria driblado a Justiça para viajar, durante o recesso parlamentar, aos Estados Unidos.
“Meu passaporte diplomático, emitido pelo Ministério das Relações Exteriores, está válido até julho de 2027 e sem restrições. Além disso, meu visto oficial de entrada nos Estados Unidos foi recentemente renovado, com validade até 2035”, se defendeu Do Val.
Ainda nos Estados Unidos, o parlamentar fez uma transmissão ao vivo pela rede social e negou ter fugido do Brasil, alegando que havia comunicado a viagem à Polícia Federal, STF e Senado.
“Eu vim passar férias, minha filha está de ferias e estamos com recesso parlamentar”, disse ele na live, relatando que tem uma filha nascida nos Estados Unidos.