
Influenciador Hytalo Santos é preso por suspeita de tráfico humano e exploração sexual infantil
Reportagem Especial – São Paulo TV
O influenciador digital Hítalo José Santos Silva, conhecido nas redes sociais como Hytalo Santos, de 28 anos, foi preso nesta sexta-feira (15) na Paraíba, sob suspeita de tráfico humano e exploração sexual infantil. Natural de Cajazeiras, no Sertão paraibano, ele se tornou uma figura conhecida na internet por produzir conteúdos envolvendo menores de idade, prática que já vinha sendo alvo de críticas e denúncias.
A prisão, segundo informações do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), faz parte de uma investigação que apura a exploração e exposição de menores em vídeos e publicações feitas para redes sociais. O marido de Hytalo, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, também foi detido no mesmo inquérito.
Até a retirada de suas contas do ar, Hytalo possuía mais de 17 milhões de seguidores no Instagram, 2,4 milhões no TikTok e 5 milhões no YouTube, números que o colocavam entre os influenciadores mais seguidos do país. O conteúdo, porém, passou a ser duramente questionado após o alerta público feito pelo youtuber e humorista Felca, que publicou um vídeo denunciando a suposta exploração de crianças. O vídeo viralizou e aumentou a pressão por medidas das autoridades, levando o caso à repercussão nacional.
A conta de Hytalo no Instagram foi desativada em 8 de agosto, dias antes da prisão, após a denúncia de Felca ganhar destaque. As investigações seguem em sigilo, mas os órgãos de justiça indicam que há provas robustas de práticas ilegais e uso indevido da imagem de menores para obtenção de lucro e engajamento.
O alerta de Felca e sua importância

O caso ganhou força depois que Felca, conhecido por seu humor ácido, adotou um tom sério para expor a gravidade das ações de Hytalo Santos. O influenciador produziu um vídeo que rompeu a barreira do entretenimento e se tornou uma denúncia pública contundente, alertando pais, responsáveis e autoridades para os riscos da exposição infantil nas redes.
A postura de Felca foi considerada louvável por especialistas e pelo público, pois mostrou como a influência digital pode ser usada para proteger, e não para explorar. Ao utilizar sua visibilidade para denunciar um crime, ele mobilizou milhões de pessoas e pressionou as autoridades a agir rapidamente. O episódio também reforça a importância do papel social dos criadores de conteúdo, que têm nas mãos não apenas audiência, mas responsabilidade ética e legal.
📌 BOX DE SERVIÇO
Como proteger crianças e adolescentes da exploração digital
🔍 Atenção aos sinais
- Mudança de comportamento repentina ou retraimento social.
- Uso excessivo e secreto de redes sociais.
- Conversas com desconhecidos ou menções a pessoas que a família não conhece.
🛡 Medidas preventivas
- Supervisione e acompanhe o uso das redes, ajustando a privacidade.
- Evite postar fotos de crianças em trajes de banho, uniforme escolar ou que indiquem localizações.
- Converse abertamente sobre riscos e explique que nem todos online têm boas intenções.
🚨 O que fazer diante de suspeita
- Salve e registre prints de conversas e postagens suspeitas.
- Denuncie ao Disque 100, ao SaferNet (www.safernet.org.br) ou à Delegacia de Crimes Cibernéticos local.
- Bloqueie o contato e procure apoio psicológico, se necessário.
Este caso reforça que a internet, apesar de suas inúmeras possibilidades, exige vigilância constante de pais, responsáveis, plataformas e autoridades. A proteção da infância é responsabilidade coletiva — e exemplos como o alerta de Felca mostram que cada cidadão pode e deve agir diante de injustiças.
📌 Esta é uma reportagem especial produzida pela Direção de Jornalismo da São Paulo TV.