
Carla Zambelli é mantida presa na Itália, após audiência na Justiça
Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa com informações do UOL Foto: WILTON JUNIOR© Fornecido por Estadão
A Justiça italiana determinou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) seja mantida presa, após uma nova audiência na Justiça da Itália.
Assim que chegou ao tribunal, Zambelli alegou que estava se sentindo mal, mas continuou após ser examinada por um médico. O juiz perguntou se ela poderia participar da audiência, e ela disse que sim.
Aguardando nova audiência na prisão
O magistrado determinou que a deputada passe por uma perícia médica, que foi marcada para o dia 22 de agosto, após pedido da defesa.. Uma nova audiência está prevista para ocorrer sete dias depois. Dessa forma, a deputada volta para a prisão.
Zambelli está no presídio feminino Germana Stefanini, que faz parte do complexo conhecido como Rebibbia, nome do bairro onde está localizada a penitenciária na área nordeste de Roma.
A deputada que está detida desde o dia 29 de julho alega no pedido de liberdade que enfrenta problemas de saúde.
No processo, a Justiça italiana terá de decidir se a parlamentar responderá ao processo de extradição presa, em liberdade ou em prisão domiciliar. Segundo especialistas, o trâmite judicial pode levar um ano.
Choro antes da audiência
Zambelli chegou ao tribunal chorando. Ela vestia calça jeans e blusa cinza e estava visivelmente abatida, com os olhos cheios de lágrimas.
O pai, João Hélio Salgado, 77 anos, conseguiu entrar na audiência dsesta vez. Já que na sessão anterior, no dia 1º de agosto, teve que esperar do lado de fora.
Condenação e fuga
Zambelli fugiu para a Itália após ser condenada a dez anos de prisão pelo Suopremo Tribunal Federal. A decisão na Primeira Turma do Supremo foi por unanimidade, 5 votos a 0, pela acusação de invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a acusação, Zambelli contratou um hacker para invadir os sistemas do CNJ, que acabou inserindo um mandado de prisão falso contra Moraes, assinado pelo próprio ministro do STF.
Após a condenação, a deputada anunciou nas redes sociais que havia saído do país. Ela deixou o Brasil no fim de maio pela fronteira com a Argentina, foi aos Estados Unidos e depois à Itália, país onde tem cidadania.
No início de junho, a deputada chamou de “ilegal” e “autoritária” a ordem de Moraes para prendê-la.
“Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu”, disse, em nota enviada à imprensa.
Moraes determinou o bloqueio de passaportes, contas bancárias, salário e verbas de gabinete pagos pela Câmara. Ele também mandou que as redes sociais bloqueassem os perfis de Zambelli em território nacional, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. As plataformas cumpriram a ordem, mas o X questionou a decisão.