
R$ 1,8 milhão, esmeraldas e criptomoedas: os detalhes da Operação Ícaro que prendeu o dono da Ultrafarma
Da Redação — São Paulo TV
São Paulo, 12 de agosto de 2025 — A Operação Ícaro, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta terça-feira (12), resultou na prisão do empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, de um diretor da rede varejista Fast Shop e de dois auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. A investigação apura um suposto esquema bilionário de corrupção envolvendo o pagamento de propinas para facilitar o ressarcimento de créditos de ICMS-ST.
Apreensões milionárias
No cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os investigadores encontraram aproximadamente R$ 1,8 milhão em dinheiro vivo, distribuídos entre reais, dólares e euros, além de R$ 10 milhões em criptomoedas. Também foram confiscados relógios de luxo, duas embalagens com esmeraldas e outros bens de alto valor, cujo montante ainda está sendo calculado.
A maior apreensão ocorreu na residência de Celso Éder Gonzaga de Araújo, apontado como responsável por auxiliar na lavagem de dinheiro do esquema. No local, foram encontrados R$ 1,2 milhão em espécie, US$ 10,7 mil, € 1.590, cerca de R$ 200 mil em moedas digitais, além de joias e pedras preciosas.
Com o auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, lotado na Delegacia Regional Tributária de Osasco, foram apreendidos R$ 330 mil, US$ 10 mil e € 600 em espécie, além de aproximadamente R$ 2 milhões em criptomoedas. A Justiça decretou sua prisão preventiva após o flagrante.
Já com a contadora Maria Hermínia de Jesus Santa Clara, apontada como “assistente” do grupo, foram encontrados R$ 73 mil e US$ 13 mil em espécie. Em outro endereço, a Polícia localizou uma máquina de contar dinheiro.
O esquema
De acordo com o MP-SP, empresas como a Ultrafarma e a Fast Shop teriam contratado o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, também preso na operação, para atuar de forma ilícita na liberação de créditos tributários. Segundo os promotores, tratava-se de uma “verdadeira assessoria criminosa”, sustentada por pagamentos milionários em propina.
O valor total movimentado pelo esquema é estimado em R$ 1 bilhão. A operação mira ainda outras grandes empresas do varejo que teriam se beneficiado do mesmo tipo de facilitação ilegal.
Desdobramentos
A ação desta terça-feira foi marcada por cumprimento de mandados simultâneos em diferentes cidades de São Paulo e na Grande São Paulo. As defesas dos investigados não se manifestaram até o momento.
A São Paulo TV seguirá acompanhando os desdobramentos da Operação Ícaro, que permanece em andamento. Novas fases não estão descartadas, já que, segundo os investigadores, a rede de envolvidos pode ser mais ampla do que a identificada até agora.