
Índice Global de Direitos de 2025 denuncia retrocesso alarmante nos direitos trabalhistas: uma crise mundial com reflexos no Brasil
São Paulo TV Broadcasting | Reportagem Especial Por Bene Correa B Ciglioni | São Paulo TV Broadcasting
Com informações da AFP, UOL e Organização Internacional do Trabalho (OIT)
No primeiro dia de junho, a Confederação Sindical Internacional (CSI) lançou o Índice Global de Direitos de 2025, um relatório que soa como alerta vermelho: os direitos dos trabalhadores estão sendo sistematicamente violados em escala global. A CSI, a maior organização sindical do mundo, com mais de 200 milhões de membros em 167 países, classifica a situação como uma “crescente crise mundial”.
O relatório é baseado em 97 indicadores jurídicos alinhados às convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), abrangendo práticas de liberdade sindical, direito à negociação coletiva, ausência de discriminação, proteção contra demissões arbitrárias e direito à greve.
🌍 Violações em mais de 150 países: a crise é global
O estudo analisou 151 países, e a conclusão é devastadora: em 87% deles houve alguma forma de violação grave aos direitos trabalhistas. Os casos vão desde repressão violenta contra grevistas e sindicalistas, até proibições legais de organização coletiva.
📉 As regiões com maior deterioração foram a Europa e as Américas, que registraram seus piores índices desde 2012, quando o estudo passou a ser publicado anualmente.
❌ Exemplos internacionais: onde os direitos estão sob ataque
- Equador: Pelo segundo ano consecutivo, está entre os dez piores países para trabalhadores. Sindicalistas enfrentam ameaças de morte, demissões forçadas e perseguições legais. A repressão aumentou desde o estado de exceção decretado pelo governo para combater o narcotráfico, que também impactou o espaço sindical.
- Estados Unidos: A CSI alerta para o fortalecimento de políticas anti-sindicais. Há pressões sistemáticas para impedir greves e ações coordenadas contra organizações trabalhistas, com apoio de setores políticos conservadores. Em 2025, greves no setor de saúde e tecnologia resultaram em demissões em massa.
- Argentina: Sob nova orientação política, cortes em benefícios trabalhistas, criminalização de manifestações sindicais e uso de forças policiais em greves têm se intensificado.
- Camarões, Colômbia, Guatemala, Peru e África do Sul: Foram os cinco países que registraram mortes de líderes sindicais e trabalhadores organizados. Em alguns casos, os assassinatos ocorreram em contexto de conflitos agrários e mineração ilegal.
🇧🇷 E no Brasil? O risco do retrocesso silencioso
No Brasil, embora o país não esteja entre os dez piores, a CSI registrou aumento preocupante da informalidade e ataques à Justiça do Trabalho. Segundo o relatório:
- A precarização das relações de trabalho continua em ascensão, com crescimento do trabalho por aplicativo sem garantias mínimas.
- Sindicatos têm enfrentado dificuldades operacionais após a reforma trabalhista de 2017 e o enfraquecimento do financiamento sindical.
- Em 2025, mais de 37% dos trabalhadores brasileiros estão na informalidade, segundo dados do IBGE.
Casos como o de entregadores de aplicativo em São Paulo e no Rio de Janeiro — que enfrentam longas jornadas, ausência de proteção social e exclusão de negociação coletiva — são citados como sintomas de uma tendência global de uberização das relações de trabalho.
✊ Resistência e avanços: os exemplos que inspiram
Apesar do cenário desolador, há países que registraram avanços significativos, segundo a CSI:
- Austrália: Implementou em 2025 uma legislação que reforça o direito à sindicalização, amplia a licença parental remunerada e cria novas proteções contra assédio no trabalho.
- México: Reformou suas leis trabalhistas para garantir eleições sindicais livres e transparentes e fortalecer os mecanismos de negociação coletiva, sob supervisão da OIT e pressão de acordos internacionais como o T-MEC.
📜 A importância da OIT e das convenções internacionais
O relatório da CSI também reforça a necessidade de os Estados respeitarem os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos e as convenções fundamentais da OIT, como:
- Convenção 87 – Liberdade Sindical e Proteção ao Direito de Sindicalização
- Convenção 98 – Direito de Organização e Negociação Coletiva
- Convenção 111 – Discriminação no Emprego e Ocupação
📢 Conclusão: a democracia começa no local de trabalho
O secretário-geral da CSI, Luc Triangle, declarou:
“Quando os trabalhadores não podem formar sindicatos ou negociar melhores condições, a democracia é enfraquecida e os abusos aumentam. Precisamos agir agora.”
📺 Análise São Paulo TV
Lambramos que a história do trabalho no Brasil é marcada por conquistas duramente alcançadas, como o 13º salário, férias remuneradas e o FGTS, e que “sem sindicatos fortes e liberdade para organização, todas essas garantias estão em risco”.
No mundo, líderes como Barack Obama, Lula, Angela Merkel e Nelson Mandela já defenderam publicamente que os direitos dos trabalhadores são indissociáveis dos direitos humanos e da justiça social.
O Índice Global de Direitos de 2025 é, portanto, um chamado à ação coletiva — para governos, empresas e sociedade — contra o retrocesso e pela dignidade no trabalho.
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Reportagem especial: Bene Correa | Redação São Paulo TV
Edição: Diretoria de Jornalismo