
Presidente Ricardo Teixeira, da Câmara Municipal de São Paulo, exige responsabilização da 99 Tecnologia após morte de passageira em mototáxi
Da redação da São Paulo TV Broadcasting da diretoria de Jornalismo B Ciglioni com Bene Correa e Walter Westphal fotos de Lis Ciglioni
São Paulo, 27 de maio de 2025 — Na noite do último sábado (24), Larissa Barros Máximo Torres, de 22 anos, perdeu a vida em um trágico acidente enquanto utilizava o serviço de mototáxi da empresa 99. O incidente ocorreu na Avenida Tiradentes, região central da capital, quando a motocicleta em que Larissa estava colidiu com a porta aberta de um carro de aplicativo. A jovem foi arremessada para a pista e atropelada por outro veículo, não resistindo aos ferimentos.

Diante da comoção pública, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Ricardo Teixeira (União Brasil), tomou medidas enérgicas. Em suas redes sociais, afirmou ter encaminhado ofícios ao Ministério Público e à 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, solicitando a responsabilização civil e penal dos dirigentes da 99 Tecnologia.
“Crime não pode ficar impune!”, declarou o vereador, reforçando seu pedido de responsabilização pelos fatos ocorridos.
“Vídeo publicado nas redes sociais de Ricardo Teixeira, especialmente no Instagram, cobra providências imediatas e evidencia os alarmantes índices de acidentes envolvendo mototáxis na cidade.” Instagram
A iniciativa de Teixeira expressa o posicionamento firme do Legislativo paulistano que, sob sua presidência, vem intensificando as cobranças por uma regulamentação clara e restritiva do serviço de mototáxi na cidade.
A 99 Tecnologia, por sua vez, manifestou solidariedade à família de Larissa e declarou estar colaborando com as investigações. A empresa ressaltou que o serviço de mototáxi opera amparado por legislação federal e reafirmou seu compromisso com a segurança dos usuários.
Justiça determina suspensão do mototáxi na capital

O caso reacendeu o debate sobre a regulamentação dos serviços de mototáxi em São Paulo. Embora a Prefeitura tenha instalado faixas alertando sobre a proibição do serviço, a 99 contesta a legalidade das restrições.
Em 26 de maio de 2025, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou a suspensão imediata dos serviços de mototáxi oferecidos pelas plataformas 99 e Uber na capital. A decisão, proferida pelo desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público, estabeleceu multa diária de R$ 30 mil para cada empresa, em caso de descumprimento.
A medida judicial foi tomada dois dias após o acidente fatal envolvendo Larissa, reforçando a preocupação com a segurança dos usuários desse tipo de transporte.
Prefeito Ricardo Nunes: “São Paulo não quer mototáxi”
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem se posicionado firmemente contra a liberação do serviço na cidade. Ele argumenta que São Paulo enfrenta elevados índices de acidentes com motocicletas, o que representa um risco à vida da população.
Em entrevista recente, Nunes afirmou:
“O serviço não está regulamentado na cidade de São Paulo e não podemos admitir que as plataformas se aproveitem de lacunas legais para colocar vidas em risco.”
O prefeito acrescentou que a autorização para o mototáxi poderá ser considerada apenas quando os índices de mortalidade no trânsito atingirem o patamar definido pela ONU: 4,5 mortes por 100 mil habitantes. Atualmente, São Paulo registra 7,2 mortes por 100 mil habitantes.
Como medida concreta, a Prefeitura, por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), instalou faixas de sinalização viária em pontos estratégicos, como na Avenida Tiradentes, informando sobre a proibição do serviço. A administração municipal sustenta que o decreto de 2023, que veta a atividade, está amparado na competência exclusiva dos municípios para regulamentar o transporte individual privado, conforme o artigo 11-A da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
As plataformas e o embate jurídico
As empresas 99 e Uber alegam que o serviço de mototáxi é respaldado por legislação federal e que a regulamentação deve ocorrer mediante lei aprovada pelo Legislativo municipal. Ambas as plataformas suspenderam temporariamente o serviço na cidade em respeito à decisão judicial, mas seguem defendendo a legalidade da modalidade e buscando regulamentação adequada.
O caso evidencia a complexidade do debate sobre a regulação dos serviços de transporte por aplicativo, especialmente em relação à segurança dos usuários e à competência dos municípios para legislar sobre o tema. A decisão do TJ-SP reforça a necessidade de diálogo entre as plataformas, o poder público e a sociedade para encontrar soluções que garantam a mobilidade urbana com segurança e responsabilidade.
O alerta dos números: acidentes com motociclistas em alta
A tragédia que vitimou Larissa expõe um cenário preocupante: a crescente vulnerabilidade de motociclistas e passageiros na cidade. Segundo dados da CET e do Infosiga SP:
- Em 2024, mais de 1.000 pessoas morreram em acidentes de trânsito em São Paulo.
- Desse total, 483 eram motociclistas, representando 37% das vítimas fatais.
- O número de acidentes envolvendo motos cresceu 12% nos últimos dois anos, impulsionado principalmente pela expansão dos serviços de entrega e transporte por aplicativos.
Esse panorama reforça a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para proteger os usuários de motocicletas, sobretudo em serviços que transportam passageiros.
Resposta da 99 Tecnologia
Em nota oficial, a 99 lamentou profundamente a morte de Larissa e manifestou solidariedade à família. A empresa ressaltou que está colaborando com as investigações e que o serviço de mototáxi é uma alternativa de mobilidade “amparada por regulamentação federal”. A companhia também afirmou que adota rigorosos protocolos de segurança e capacitação para os motociclistas credenciados.
Para as autoridades paulistanas, entretanto, tais medidas são consideradas insuficientes. O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira, reiterou que a responsabilidade da empresa não pode ser relativizada.
Debate jurídico e legislativo em curso
O caso promete desencadear novos desdobramentos judiciais e legislativos. A atuação do presidente Ricardo Teixeira, ao acionar o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, indica que o Legislativo pretende endurecer a fiscalização e propor medidas que coíbam a atuação irregular das plataformas.
Por sua vez, a Prefeitura, sob a liderança de Ricardo Nunes, deve intensificar as ações educativas e de fiscalização nas ruas, além de buscar apoio no Congresso Nacional para reforçar a competência dos municípios na regulação do transporte por aplicativos.
A São Paulo TV Broadcasting seguirá acompanhando atentamente os desdobramentos deste caso e as medidas que serão adotadas pelas autoridades competentes.
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