
Trump reafirma que ataques às instalações nucleares atrasaram em anos as atividades iranianas, mas imprensa contesta
Da redação da São Paulo Tv Bene Correa Fonte G1
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, volta a reafirmar que os ataques às instalações nucleares do Irã provocaram grande destruição.
“Os ataques atrasaram as atividades nucleares do Irã em muitos, muitos anos”, declarou o presidente dos EUA durante declaração na cúpula da Otan em Haia, na Holanda.
A fala se contrapõe às informações divulgadas pela imprensa norte-americana nesta terça-feira (24), que reportou que um relatório preliminar da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA indicou que os ataques realizados pelos caças norte-americanos causaram danos menores ás instalações que os inicialmente anunciados por Trump.
Segundo o relatório, ao qual o jornal “The New York Times” teve acesso, os danos atrasaram o programa nuclear que o Irã desenvolve em apenas alguns meses.
O presidente Trump negou as conclusões do relatório e alegou que o documento ainda não estava concluído.
“Eles apresentaram um relatório que não estava concluído. O local foi totalmente obliterado”, disse.
Nesta quarta (25), o Irã revelou que as instalações atingidas por bombardeios dos EUA foram “gravemente danificadas”, mas não quantificou a destruição. A agência de energia atômica da ONU (AEIA) também não conseguiu ainda determinar os danos causados às instalações.
Em Haia, Trump afirmou acreditar que o conflito entre Irã e Israel terminou, mas disse não duvidar que o embate possa voltar.
“Os dois (lados) estão exaustos, lutaram de forma muito violenta. Talvez isso (o conflito) possa recomeçar em algum momento, talvez em breve, mas acho que agora todos querem acabar com isso”, disse. “Eu acho que a guerra acabou realmente quando acertamos as instalações nucleares”.
Na avaliação do presidente norte-americano o Irã abandonará, pelo menos por enquanto, o desenvolvimento das instalações nucleares. “Não os vejo voltando às atividades nucleares. E, se o fizerem, estaremos aqui”.
Trump disse também que “fatos incríveis” foram conquistados durante a cúpula da Otan.
Ele se referia à pressão que fez sobre os líderes da Otan, que acabaram concordando em aumentar os gastos com defesa. Os 32 países que integram a aliança militar se comprometeram a investir 5% de seus Produtos Internos Brutos (PIB). Além disso, expressaram o “compromisso inabalável” de ajudar uns aos outros em caso de ataque.
Os 32 líderes endossaram uma declaração final da cúpula, afirmando: “Os Aliados se comprometem a investir 5% do PIB anualmente em necessidades básicas de defesa, bem como em gastos relacionados à defesa e segurança até 2035 para garantir nossas obrigações individuais e coletivas”.
A Espanha já havia anunciado oficialmente que não pode atingir a meta, e outros países expressaram reservas, mas a promessa de investimento inclui uma revisão dos gastos em 2029 para monitorar o progresso e reavaliar a ameaça à segurança representada pela Rússia.
Os líderes também destacaram o “compromisso inabalável” com a garantia de segurança coletiva da OTAN, ou seja, de “que um ataque a um é um ataque a todos”. Antes da cúpula, Trump havia levantado novamente dúvidas sobre se os Estados Unidos defenderiam seus aliados.