
Setor de supermercados defende pagamento por hora como solução para falta de mão de obra
Da redação da São Paulo Tv
Com informações da Agência Brasil
Representantes do setor supermercadista defenderam nesta semana, o contrato de trabalho por hora como solução para a dificuldade de admissão de funcionários.
O tema foi abordado durante a abertura do festival Apas Show, feira de alimentos e bebidas, que termina nesta quinta-feira (15), em São Paulo.
De acordo com o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Erlon Ortega, hoje há, no estado, 35 mil postos de trabalho abertos.
Segundo ele, o motivo desta dificuldade para preencher os postos de trabalho é que os jovens e os trabalhadores em geral têm procurado um regime de escala de trabalho melhor.
“O jovem não quer mais o modelo antigo de trabalho, ele quer mais flexibilidade, mais liberdade. Por isso, precisamos discutir urgentemente, com a Associação Brasileira de Supermercado (Abras), o modelo horista, em que pode trabalhar por hora, a qualquer momento. E, mais, precisamos conectar as nossas vagas aos programas sociais. O supermercado é a porta de entrada do trabalho formal”, disse.
Apas defende classificação do setor como serviço essencial
Erlon Ortega defende ainda que o setor seja classificado como serviço essencial. Ele explica que, “na prática, somos essenciais para o abastecimento desse país, e mostramos isso, principalmente, na pandemia”.
Para o presidente da Abras, João Galassi, o pagamento da jornada por hora traz mais liberdade de escolha ao trabalhador.
“O que é melhor? Seis por um, quatro por três, cinco por dois? Nenhuma dessas alternativas. O que é melhor para os nossos colaboradores é a liberdade de poder escolher sua jornada de trabalho. Isso só será possível se tiver a liberdade de ser contratado por hora”, opinou.
Galassi disse ainda que o setor também se beneficia com o modelo, além de afirmar que, mesmo os funcionários que optassem por esse regime, continuariam tendo carteira assinada e a possibilidade de remuneração maior.
Reforma trabalhista criou novos regimes de trabalho
A modalidade de contrato intermitente foi inserida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela reforma trabalhista de 2017, aprovada no governo Michel Temer.
Porém, entidades que representam frentistas, operadores de telemarketing e dos trabalhadores da indústria contestaram no Supremo Tribunal Federal o novo regime.
Para os representantes destes trabalhadores, o contrato por hora favorece a precarização da relação de emprego e o pagamento de remunerações abaixo do salário mínimo, além de impedir a organização coletiva dos trabalhadores.
No entanto, no ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a constitucionalidade do contrato de trabalho intermitente