
Petrobras reverte prejuízo e registra lucro de R$ 26,65 bi no segundo trimestre
Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa com informações de O Globo
A Petrobras divulgou o balanço referente ao segundo trimestre na noite desta quinta-feira (7) e trouxe uma boa notícia ao mercado. De acordo com a estatal, o fechamento dos números mostrou um lucro líquido de R$ 26,652 bilhões no período de abril a junho deste ano.
Com este resultado, a petroleira brasileira reverteu o prejuízo de R$ 2,605 bilhões registrado no mesmo período de 2024. No ano passado, o desempenho negativo foi resultado do impacto do acordo fechado com o governo, destinado a encerrar litígios tributários relacionados ao pagamento de afretamento de embarcações.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, a Petrobras obteve ganho no valor de R$ 61,861 bilhões, apresentando valorização na comparação com os R$ 21,095 bilhões dos primeiros seis meses do ano passado. A estatal divulgou ainda dividendos de R$ 8,66 bilhões.
Pela previsão dos bancos o ganho médio no segundo trimestre ficaria em torno de R$ 21,8 bilhões, com alguns analistas projetando lucro de até R$ 27,3 bilhões.
Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da estatal, explicou os motivos que levaram ao lucro acumulado nos três últimos meses do primeiro semestre.
“Tivemos uma excelente performance operacional no segundo trimestre, impulsionada pela implementação de novos sistemas de produção e por uma melhoria na eficiência dos campos em operação. Esses fatores nos permitiram aumentar o volume de óleo e gás, refletindo positivamente nos resultados financeiros e mitigando os impactos da queda no preço do Brent. O lucro líquido, desconsiderando os eventos exclusivos do período, manteve-se no patamar do trimestre anterior, quando operamos com um Brent 10% maior”.
Queda de 2,6% na receita
A redução média do preço do petróleo de 20% entre o segundo trimestre deste ano e o segundo trimestre do ano passado provocou uma queda na receita de vendas da Petrobras de 2,6%, chegando em R$ 119,128 bilhões.
De acordo com analistas, o resultado financeiro a estatal foi afetado em parte pela cotação mais baixa do petróleo tipo Brent. Segundo relatório da XP, o barril atingiu uma média de US$ 67 entre abril e junho, uma queda de 12% em relação a US$76 no primeiro trimestre deste ano. Ainda segundo a XP, o aumento da produção acabou amenizando as perdas.
Além da redução do preço do petróleo, a companhia destacou ainda o aumento das despesas operacionais, principalmente em decorrência dos gastos com o Acordo de Individualização da Produção da Jazida Compartilhada de Jubarte, localizada na Bacia de Campos, no litoral do Espírito Santo, que somaram R$ 3,849 bilhões.
Houve ainda impairment – mecanismo utilizado para reduzir o valor de um ativo em função de eventos que reduziram o seu valor ou a expectativa de retorno financeiro – de ativos e de investimentos no valor de R$ 1,041 bilhão. Por outro lado, a companhia ressaltou ganhos com variação cambial de R$ 11,965 bilhões.
Dívida sobe 5,5%
Em 30 de junho de 2025, a dívida bruta da Petrobras somava US$ 68,1 bilhões, um aumento de 5,5% em relação a 31 de março. O avanço foi impulsionado pelas captações realizadas no segundo trimestre, que totalizaram US$ 2,6 bilhões. Houve ainda o reconhecimento de US$ 1,1 bilhão na dívida com o início da operação do FPSO afretado Alexandre de Gusmão (Mero 4).
Aumento da produção de 5,4%
Na semana passada, a Petrobras registrou uma produção média comercial de óleo e gás natural de 2,546 milhões de barris diários no segundo trimestre de 2025, um aumento de 5,4% em comparação com os três primeiros meses do ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta chegou a 8,1%.
O avanço foi impulsionado, principalmente, pela aceleração da produção de cinco navios-plataformas de produção e armazenamento, além da entrada em operação de novos poços em duas das principais bacias petrolíferas do país: Campos e Santos, no pré-sal.
A Petrobras colocou em operação, no período entre abril e junho, 14 novos poços produtores no pré-sal, que têm alta produtividade. Sete deles são na Bacia de Campos e outros sete na de Santos, dentro da estratégia de revitalização de ativos e ampliação da produção no pré-sal.
Venda de combustíveis sobe 1%
O volume de vendas de derivados de petróleo ficou em 1,714 milhão de barris por dia, o que representa uma alta de 1% em relação ao primeiro trimestre e avanço de 0,8% na comparação com o mesmo período de 2024.
Destaque ainda para a alta nas vendas dos seguintes derivados, na comparação anual:
Gasolina 3,1%
Querosene de Aviação 5,7%
Diesel 0,6%
A estatal destacou que as vendas de diesel foram influenciadas pelo aumento das importações por terceiros com origem na Rússia e pela menor demanda do segmento agrícola.
Alta na importação de diesel
O relatório da Petrobras também destacou um aumento nas importações do diesel ao longo do segundo trimestre. A alta foi de 229,7% em relação ao período de abril a junho do ano passado e aumento de 84,8% em relação aos primeiros três meses deste ano.
A Petrobras justificou o aumento das importações “em razão da preparação para o período de maior demanda”, já que a procura por diesel no Brasil aumenta no segundo semestre por conta do transporte agrícola.