
País registra deflação de 0,11% em agosto, puxada por queda em habitação e alimentação
Redação São Paulo TV – Economia
Brasília, setembro de 2025 – O Brasil registrou deflação de 0,11% em agosto, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (10). O resultado, 0,37 ponto percentual abaixo do índice de julho, representa o primeiro recuo mensal desde agosto de 2024 e a deflação mais intensa desde setembro de 2022.
No acumulado de 2025, a inflação está em 3,15%, enquanto no recorte de 12 meses atingiu 5,13%, abaixo dos 5,23% observados nos 12 meses anteriores.
Grupos que puxaram a queda
A deflação de agosto foi influenciada principalmente pelos grupos:
- Habitação (-0,90%), com destaque para a redução de 4,21% na energia elétrica residencial;
- Alimentação e bebidas (-0,46%), impactada por quedas expressivas em itens básicos como tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%);
- Transportes (-0,27%), refletindo a retração nos combustíveis – gasolina (-0,94%), etanol (-0,82%) e gás veicular (-1,27%).
Somados, esses três segmentos representaram impacto de -0,30 ponto percentual no índice geral.
Em contrapartida, registraram alta:
- Educação (0,75%), puxada por reajustes nos cursos regulares, especialmente ensino superior (1,26%) e fundamental (0,65%);
- Saúde e cuidados pessoais (0,54%);
- Vestuário (0,72%);
- Despesas pessoais (0,40%).
Desempenho regional
O comportamento dos preços variou entre as capitais pesquisadas. Vitória apresentou a maior alta (0,23%), pressionada pela energia elétrica residencial (7,02%) e taxa de água e esgoto (4,64%). Já Goiânia e Porto Alegre registraram as menores variações (-0,40%), influenciadas pelas quedas na energia elétrica (-7,77% e -6,68%) e na gasolina (-2,20% e -2,69%).

INPC também registra deflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, também apresentou queda: -0,21% em agosto. No acumulado do ano, o índice soma 3,08%, e em 12 meses, 5,05%.
Os alimentos tiveram recuo ainda mais acentuado, passando de -0,38% em julho para -0,54% em agosto, enquanto os não alimentícios caíram de 0,41% para -0,10%.
Contexto
O resultado de agosto reforça a percepção de que a inflação, embora ainda pressionada em determinados setores de serviços e educação, segue em trajetória de acomodação. A deflação é um alívio para as famílias, sobretudo pelo peso da energia e dos alimentos no orçamento doméstico, e pode influenciar diretamente o debate econômico em torno de juros, crédito e políticas de incentivo ao consumo no país.
📌 Fonte oficial: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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