
Os alvos do advogado de Trump: críticas a Lula, Moraes, Alcolumbre e Tebet acirram tensão entre Brasil e EUA
Da Redação – São Paulo TV
Com informações do Estadão
O advogado Martin De Luca, que representa o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou nos últimos dias uma série de ataques públicos a autoridades brasileiras. Por meio das redes sociais, ele direcionou críticas diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro Alexandre de Moraes (STF), ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e à ministra do Planejamento, Simone Tebet.
As declarações de De Luca ocorrem em meio à crise diplomática gerada pelo tarifaço imposto por Trump contra importações brasileiras — medida que o governo americano justificou como resposta a uma suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado e atualmente em prisão domiciliar por determinação de Moraes.
Ataque ao Senado e ao impeachment de Moraes
Alcolumbre se tornou alvo do advogado após afirmar, em reunião com líderes partidários, que mesmo com 81 assinaturas — número que representa a totalidade do Senado — não colocará em pauta um processo de impeachment contra Moraes, demanda de apoiadores de Bolsonaro.
“Há 81 senadores no Brasil. Alcolumbre afirma que, mesmo que cada um deles peça o impeachment de Moraes, ele o bloqueará de qualquer maneira. Agora, a própria instituição com poderes para responsabilizar Moraes está sendo impedida de fazê-lo. Se até mesmo a unanimidade no Senado é irrelevante, para onde o Brasil está indo?”, questionou De Luca.
Críticas à política externa de Tebet e Lula
No domingo (10), o advogado voltou-se contra Simone Tebet, após a ministra enfatizar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil, à frente dos EUA.
“A ministra do Planejamento, Simone Tebet, celebra a China como principal parceira econômica do Brasil para lembrar os EUA de não se envolverem na campanha de censura de Moraes”, afirmou.
Ainda no mesmo dia, De Luca acusou Lula de ter cometido um “erro de cálculo” que teria motivado as tarifas americanas, citando a aproximação com Pequim e a agenda dos Brics:
“Pressionou incansavelmente para enfraquecer o dólar por meio dos Brics. Inclinou o comércio e a diplomacia em direção à China em detrimento dos EUA. Abraçou a agressiva campanha de censura de Alexandre de Moraes contra oponentes políticos e plataformas americanas”, disse.
Escalada diplomática e Lei Magnitsky contra Moraes
As críticas de De Luca se inserem em um cenário de crescente atrito diplomático entre Brasília e Washington. O endurecimento da postura americana foi incentivado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA há meses articulando apoio político ao ex-presidente.
Entre as medidas, está a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes — mecanismo jurídico usado contra ditadores e terroristas, que permite congelar bens e bloquear o acesso ao sistema financeiro internacional.
Com a troca de acusações e a pressão política dos dois lados, analistas avaliam que o impasse deve manter o Brasil e os EUA em rota de colisão diplomática nos próximos meses, com impactos diretos nas relações comerciais e estratégicas entre os dois países.