
No primeiro dia de julgamento dos golpistas, Moraes destaca que soberania jamais será negociada
Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa com informações da Veja
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) um julgamento histórico, com o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados de tentativa de golpe de Estado no banco de réus.
Na sessão desta terça, foram ouvidos os advogados de Mauro Cid. Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres.

No início da sessão, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, apresentou seu relatório.
O ministro criticou as tentativas de interferência internacional no julgamento, citou as medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro e as investigações contra Eduardo Bolsonaro por obstrução da Justiça.
Moraes quis deixar claro que a soberania nacional “jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”.
Na sequência, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, leu as denúncias movidas pela Procuradoria Geral da República.
Segundo Gonet, Jair Bolsonaro seria o líder de uma organização criminosa responsável por arquitetar um plano golpista que culminou nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
O procurador relembrou o esforço do ex-presidente para criar fatos que pudessem criar um clima hostil que pudesse ser usado como pretexto para impedir a posse do candidato democraticamente eleito em 2022.
Gonet citou os ataques às urnas eletrônicas, planos para assassinar autoridades, incitações de atos antidemocráticos, acampamentos em defesa de intervenção militar, uso da “Abin Paralela” para investigar opositores ao governo e aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal para prejudicar as eleições.
O julgamento na Primeira Turma prossegue nesta quarta-feira, às 9h, com as argumentações das defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Segundo a defesa, Bolsonaro não vai comparecer ao STF em nenhuma das sessões previstas para o julgamento.