
Governador Tarcísio promete “toda energia” na investigação após morte de ex-delegado-geral da Polícia Civil em emboscada na Praia Grande
📌 Chefia de Redação – São Paulo TV Com informações da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de SP e da Secretaria da Segurança Pública
Ruy Ferraz Fontes teve seu carro atingido por um ônibus depois de ser alvo de disparos de criminosos.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o Estado vai dedicar “toda energia” à investigação do assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, morto em uma emboscada na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral sul paulista.

Fontes, de 64 anos, exercia atualmente o cargo de secretário de Administração Pública de Praia Grande. Após deixar a sede da prefeitura, foi perseguido por criminosos em uma picape, alvo de disparos e acabou colidindo com um ônibus durante a fuga. O carro capotou, e, em seguida, três homens desceram armados com fuzis e atiraram contra o ex-delegado, que tentou reagir.
De acordo com o secretário-adjunto da Segurança Pública, delegado Oswaldo Nico Gonçalves, Fontes chegou a atingir um dos criminosos. Câmeras de segurança estão sendo analisadas, e um veículo suspeito foi encontrado em chamas pouco depois do crime.
Ação prioritária do governo estadual
Em nota, o governador Tarcísio de Freitas lamentou a morte e destacou o histórico de serviço do ex-delegado à sociedade:
“Com pesar, lamentamos profundamente o assassinato de um policial com muitos anos de trabalho dedicados à corporação, que ocupou inclusive seu posto mais elevado. Iremos dedicar toda energia à investigação do crime.”
Equipes da Polícia Civil, Polícia Militar, Gaeco e Polícia Científica foram mobilizadas com prioridade máxima para a investigação, especialmente na região da Baixada Santista, considerada estratégica no enfrentamento ao crime organizado.
Histórico de combate ao crime organizado
Com mais de 40 anos de carreira, Ruy Ferraz Fontes ficou marcado pelo combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 2006, foi responsável por indiciar toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em operação que resultou no isolamento dos chefes do grupo em presídios de segurança máxima.
Fontes também comandou o Denarc, o Deic e o Decap, além de chefiar a Polícia Civil entre 2019 e 2022, no governo João Doria. Foi dele a decisão de transferir Marcola e outros líderes do PCC para presídios federais em 2019.
O delegado sobreviveu a planos de execução anteriores. Em 2010, por exemplo, dois homens foram presos em frente ao 69º DP, armados com fuzil, aguardando para emboscá-lo.
Crime com características de “máfia”
Segundo promotores do Gaeco, o crime tem “características de máfia”, o que reforça a suspeita de participação do PCC. Outra linha de investigação apura se a execução pode ter relação com uma licitação da Prefeitura de Praia Grande que teria prejudicado interesses ligados ao crime organizado.
Especialistas em segurança pública avaliam que o assassinato de Fontes representa um ataque direto ao Estado e reforça a necessidade de intensificação no combate às facções. Caso se confirme a participação do PCC, este seria o terceiro crime considerado “vingança histórica” da facção contra autoridades — após os assassinatos do juiz-corregedor Antônio Machado Dias (2003) e do diretor de presídios José Ismael Pedrosa (2005).
Legado e impacto
Ruy Ferraz Fontes foi considerado um dos delegados mais combativos de sua geração. Além do enfrentamento ao PCC, coordenou investigações que levaram à prisão do narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, capturado em 2020 em Moçambique.
Na Baixada Santista, sua morte gerou forte comoção. O caso, agora, mobiliza toda a estrutura de segurança do Estado, com a promessa do governador Tarcísio de que não haverá trégua até que os responsáveis sejam identificados e punidos.
📌 Chefia de Redação – São Paulo TV
Com informações da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de SP e da Secretaria da Segurança Pública