
Estados Unidos em Alerta: Protestos explodem em Los Angeles após Trump enviar tropas sem aval do governador
São Paulo TV Broadcasting – Direto de Los Angeles, Califórnia | Reportagem Especial Internacional
📅 08 de junho de 2025 | Atualização: 23h36 (Brasília) Foto: Eric Thayer/AP Foto: Mary Altaffer / AP Agencias Internacionais .
🎥 Cobertura: Correspondente internacional | Edição: Redação Central SP TV
Ato é visto como ruptura institucional e acende debate sobre autoritarismo, jurisdição estadual e uso político da força federal
LOS ANGELES (SPTV) – O que começou como uma série de protestos contra as recentes detenções de imigrantes indocumentados na Califórnia transformou-se, neste domingo (8), em um impasse institucional inédito na história política recente dos Estados Unidos.
O presidente Donald Trump, em seu segundo mandato, ordenou o envio de 2 mil membros da Guarda Nacional para Los Angeles sem autorização do governador da Califórnia, Gavin Newsom, o que gerou uma reação em cadeia entre governadores, juristas, políticos e organizações internacionais.
Com o centro da cidade tomado por manifestantes, que bloquearam vias estratégicas como a Freeway 101 e queimaram veículos, as forças policiais e militares recorreram a gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha. O epicentro da crise é o Centro de Detenção Metropolitana, onde estão mantidas dezenas de pessoas detidas em operações recentes conduzidas por agentes federais de imigração.

⚖️ Crise constitucional: especialistas apontam “violação da soberania dos estados”
Juristas americanos ouvidos por veículos como a CNN, o Washington Post e o Brennan Center for Justice classificam a ação como um possível “ultrapasso de limites constitucionais” por parte do Poder Executivo federal.
“Trata-se de uma medida excepcional, que só deveria ser tomada em casos extremos de insurreição armada — o que claramente não é o caso”, explicou o professor Laurence Tribe, constitucionalista da Universidade Harvard.
O artigo citado por Trump, a Seção 252 do Título 10 do Código dos EUA, permite a federalização de tropas “em caso de insurreição contra a autoridade dos EUA”, mas a interpretação é controversa e quase sempre depende de aval legislativo.
“É uma ruptura do pacto federativo americano, que garante aos estados o controle sobre suas forças armadas auxiliares — neste caso, a Guarda Nacional”, explicou a jurista Emily Bazelon, da Universidade Yale.
🧭 Efeitos políticos: 21 governadores reagem e oposição denuncia “agenda de intimidação”
Logo após a movimentação das tropas federais, 21 governadores democratas divulgaram carta conjunta acusando Trump de “usar o Exército como ferramenta de intimidação política”.
“A Guarda Nacional pertence aos estados. Trump ultrapassou os limites do poder presidencial para intimidar populações vulneráveis e explorar o medo como estratégia política”, afirmou o governador Gavin Newsom.
A ex-vice-presidente Kamala Harris, moradora de Los Angeles, foi enfática:
“Estamos diante de um projeto calculado de pânico e opressão. Deportações em massa, militarização e silêncio judicial não representam democracia — são o oposto disso.”
Senadores democratas e independentes já articulam no Congresso um pedido de liminar à Suprema Corte, exigindo a suspensão do envio das tropas sem consentimento estadual. O senador Bernie Sanders subiu à tribuna do Senado no início da noite para alertar:
“Trump está transformando o governo federal em um aparato autoritário. É o mais grave ataque à autonomia estadual em 60 anos.”
📉 Impacto social: comunidades latinas e imigrantes vivem clima de terror

A tensão nas ruas de Los Angeles é visível. A comunidade latina — cerca de 49% da população da cidade — é a mais afetada, já que as operações de deportação são concentradas em bairros de maioria hispânica, como East LA, Paramount e Compton.
ONGs como a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) e a Human Rights Watch denunciaram “operações de captura em massa sem base legal” e declararam que há crianças sendo separadas de suas famílias em centros de detenção temporária.
“Estamos vivendo um estado de exceção não declarado. Trump governa pela força e pelo medo. A imigração está sendo criminalizada com brutalidade”, afirmou a advogada de direitos humanos Leticia Morales, em coletiva.
🌎 Repercussão global: ONU, União Europeia e Vaticano expressam preocupação
As Nações Unidas, por meio do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, divulgaram nota neste domingo alertando para “o uso excessivo da força militar contra civis e o risco de ruptura institucional nos EUA”.
A União Europeia pediu “contenção” e “respeito à autonomia estadual”. O Vaticano, por meio de uma nota divulgada pelo Dicastério para os Migrantes, afirmou:
“A dignidade dos migrantes e dos pobres deve ser defendida com justiça e misericórdia, não com armas e tropas.”
🎙️ Trump dobra a aposta: “Teremos tropas em todo lugar”
Em pronunciamento antes de embarcar para Nova Jersey, Trump reforçou sua disposição em manter as tropas:
“Não vamos permitir que baderneiros transformem nosso país em uma zona anárquica. A lei será aplicada. Se necessário, enviarei os fuzileiros navais.”
Nos bastidores, o Pentágono estaria dividido quanto ao uso de tropas da ativa. Segundo o jornal Politico, há resistência entre altos oficiais que temem um precedente perigoso e politização das Forças Armadas.
📺 Análise da São Paulo TV

A decisão de Trump representa não apenas uma manobra de força contra os protestos, mas também um divisor de águas na governança federativa norte-americana. Com reflexos imediatos no campo jurídico, político e social, o episódio testa os limites das instituições democráticas em um ano de tensão eleitoral.
Para analistas, a crise deve escalar nos próximos dias, com protestos em outras cidades como San Francisco, Chicago e Nova York. A imprensa internacional acompanha com atenção crescente. O Brasil, maior parceiro comercial latino dos EUA, observa com cautela — sobretudo por conta da comunidade brasileira na Califórnia, que ultrapassa 300 mil pessoas.
📡 A cobertura internacional da São Paulo TV Broadcasting segue ininterrupta, com flashes, análises e boletins ao vivo direto de Los Angeles.
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