
Cigarro eletrônico pode causar epidemia global de câncer em 20 anos, alerta oncologista
São Paulo TV | Da Redação
Dia Mundial Sem Tabaco: cigarro eletrônico pode causar epidemia global de câncer em 20 anos, alerta oncologista
No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, especialistas voltam a acender um importante alerta: os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, podem desencadear uma nova epidemia global de câncer nas próximas duas décadas. O recado vem do oncologista William Nassib William Jr., líder nacional em tumores torácicos da Oncoclínicas&Co, que aponta um risco alarmante à saúde pública, sobretudo entre os jovens.
“Se mantivermos o ritmo atual de consumo entre adolescentes e jovens adultos, em 20 anos estaremos enfrentando uma nova onda global de câncer, especialmente de pulmão. É uma repetição do que vimos no século passado com o cigarro tradicional, mas agora sob um novo disfarce”, afirma o médico.
Apesar da aparência inofensiva, do apelo tecnológico e dos sabores adocicados, os dispositivos eletrônicos carregam altas doses de nicotina e centenas de outras substâncias químicas. Seu consumo contínuo e muitas vezes desregulamentado tem provocado impactos imediatos. A pneumologista Margareth Dalcomo, em entrevista à GloboNews, relatou o aumento de jovens com danos pulmonares típicos de fumantes de décadas.
A geração da falsa segurança
Estudos do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o uso de vapes aumenta em mais de quatro vezes a probabilidade de um não fumante iniciar o consumo de cigarro convencional. “Hoje temos adolescentes que nunca tocaram num cigarro comum, mas já são viciados em nicotina. Isso é um retrocesso alarmante”, diz William Jr.
O fenômeno atinge principalmente a Geração Z, que nasceria livre do cigarro tradicional, mas foi capturada por uma nova versão do mesmo problema — agora impulsionado por redes sociais e influenciadores digitais.
Influência digital e a vitrine do vício
A naturalização do uso de vapes entre os jovens se dá, em grande parte, pelo alcance das redes sociais. Vídeos virais, desafios, anúncios velados e perfis com milhares de seguidores incentivam e glamourizam o consumo. A resposta das autoridades começou a tomar forma: a Secretaria Nacional do Consumidor notificou grandes plataformas como Instagram, TikTok e YouTube para que retirem conteúdos que promovam o produto, proibido no Brasil desde 2009.
Segundo o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, mais de 1.800 conteúdos ilegais foram identificados, a maioria no Instagram. As contas associadas a essas publicações somam quase 1,5 milhão de seguidores.
Epidemia silenciosa e consequências futuras
Embora os impactos a longo prazo ainda estejam em estudo, os sinais atuais são claros: inflamações pulmonares, riscos cardiovasculares e prejuízos à saúde bucal já foram identificados. Casos de lesões pulmonares graves — algumas fatais — também estão em ascensão.
“O que vemos agora é só o começo. A maior parte das consequências, como aumento de tumores, deve surgir nas próximas décadas. Precisamos agir agora, com campanhas educativas, fiscalização e políticas públicas eficazes”, reforça o oncologista.
Conclusão
Neste Dia Mundial Sem Tabaco, a mensagem é clara: a luta contra a nicotina não acabou — apenas mudou de forma. A banalização do uso de cigarros eletrônicos entre os jovens exige uma resposta conjunta de famílias, escolas, governos e sociedade. O futuro da saúde pública depende das escolhas feitas hoje.
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