
Chega de plástico
*José Renato Nalini
O planeta está sufocado de plástico. Na hierarquia dos maiores riscos para a humanidade, logo após às emergências climáticas está a inundação de plásticos. De acordo com Fabrício Fonseca, Presidente da Ambipar, o Brasil gera 3,4 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano. A tragédia é que fração insignificante disso é reciclada. A reciclagem não foi absorvida pela sociedade, nem pelo empresariado. Este aduz que ela é custosa e não lucrativa. Não se inclui nela o preço da saúde pública, da preservação ambiental, na proteção da biodiversidade.
Existe receita para reduzir essa carga insuportável de veneno arremessado à natureza e que não se decompõe senão depois de séculos. É a economia circular, em substituição ao padrão linear tradicional – extrair, produzir, consumir e descartar. A economia circular propõe um ciclo contínuo de aproveitamento dos materiais. Reutilizar, reciclar e reinserir na cadeia produtiva. É a logística reversa, que já possui lei e é uma experiência rotineira em países civilizados.
Não é segredo que substituir o plástico descartável por alternativa sustentáveis colabora com a emergência climática. Reduz a emissão de CO2 que advém dos resíduos sólidos, o que representa para a capital paulistana, 8% de suas emissões. 61% são devidas ao transporte e 31% à energia estacionária.
A cidade de São Paulo tem coleta seletiva em todas as ruas e logradouros. A população tem de colaborar para que a destinação daquilo que se chamava “lixo”, pode não apenas auxiliar a defesa do ambiente e a saúde das pessoas, como ajudar famílias a saírem da miséria. São os catadores, cujas cooperativas fazem um serviço da maior importância para todos e nem sempre são compreendidas pelos setores competentes.
Ajude a fazer um descarte racional, para proteger a vida paulistana.
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.