
Brasileiro é preso em Bali acusado de tráfico de drogas
Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa com informações da AFP
Mais um brasileiro foi preso na Indonésia acusado de tentar entrar no país com quatro quilos de drogas.
Segundo a agência de antinarcóticos, uma sul-africana também foi presa. Os dois viajavam separadamente quando foram detidos no aeroporto da ilha de Bali. De acordo com a legislação da Indonésia, os dois podem ser condenados à pena de morte.
As autoridades informaram, nesta quinta-feira, que o brasileiro supostamente carregava dois sacos contendo pouco mais de três quilos de cocaína em sua mochila e mala.
I Made Sinar Subawa, da agência antinarcóticos local, informou que o suspeito recebeu instruções para entregar o pacote a um homem radicado em Bali.
Já a sul-africana foi presa ao chegar de Singapura no mesmo dia com quase um quilo de metanfetamina supostamente escondido em suas roupas.
“Durante o interrogatório, ela confessou que recebeu ordens para transportar a metanfetamina de Joanesburgo para Bali, para ser entregue a alguém em Bali”, disse Made.
Legislação dura contra o tráfico
As leis antidrogas da Indonésia estão entre as mais severas do mundo e prevê a pena de morte para traficantes.
Atualmente, há dezenas de condenados à morte por esse crime no país, entre elas, uma idosa britânica por tráfico de cocaína.
A Indonésia realizou suas últimas execuções em 2016, quando um indonésio e três nigerianos condenados por tráfico de drogas foram fuzilados por um pelotão de fuzilamento.
Brasileiros executados na Indonésia
Em 2015, dois brasileiros foram executados na Indonésia.
- Em janeiro de 2015, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado por fuzilamento. Archer trabalhava como instrutor de voo livre e foi preso em agosto de 2003 após tentar entrar na Indonésia pelo aeroporto de Jacarta com 13,4 kg de cocaína escondidos em uma asa delta desmontada.
Em 2005, os advogados de Archer fizeram um pedido de clemência ao governo indonésio, mas o pleito foi negado. Em 2012, a então presidente Dilma Rousseff entregou uma carta ao governo do país pedindo que Archer não fosse morto, o que foi ignorado.
- Depois em maio, Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, foi executado por um pelotão de fuzilamento após passar 11 anos em uma prisão na Indonésia.
Paranaense, Gularte foi preso em julho de 2004 após tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe.
Gularte foi executado junto com outros sete homens acusados de tráfico. Dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio. O brasileiro foi condenado à morte em 2005, e a execução ocorreu no dia 29 de maio de 2015.
Pena de morte
A pena de morte é um procedimento legal em que o Estado de um país condena uma pessoa à morte como punição por um crime.
Todos os dias são executadas pessoas por ordem do Estado como castigo por uma variedade de crimes.
A pena de morte é aplicada, em alguns casos, por atos que não deviam ser criminalizados.
A pena de morte é a negação dos direitos humanos. Condenar alguém à morte é negar-lhe o direito à vida, direito consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Dados de 2022, mostram que 112 países tinham abolido por completo a pena de morte até aquele ano. No entanto, 87 ainda mantinham a pena capital. Dos 87 países sem abolição, 55 retêm a pena de morte na lei do seu país.
De 2018 até 2022, 11 países executaram pessoas: China, Coreia do Norte, Vietname, Irão, Iraque, Arábia Saudita, Iémen, Somália, Sudão, Egipto e Estados Unidos da America.
Alguns países executam pessoas com idade inferior a 18 anos quando cometem o crime, outros usam a pena de morte contra pessoas que sofrem de problemas mentais.
Os condenados ficam presas durante anos nos corredores da morte, sem saberem quando é a data da execução, ou se irão ver a família uma última vez.