Da redação da São Paulo Tv Broadcasting jornalista Bene Correa com informações do UOL

Na próxima sexta-feira, deverá entrar em vigor a cobrança da taxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, aplicada pelo presidente Donald Trump.
O prazo dado para as negociações está acabando, o governo brasileiros encontra dificuldades para negociar, o governo dos EUA se mostra irredutível e já avisou algumas vezes que não vai adiar.
Por sua vez, o governo brasileiro manda recados que está “aberto ao debate das questões comerciais”, alertando que quer negociar, mas que a soberania do país é inegociável.
“A soberania do Brasil e o Estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais”, afirmou em nota o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Negociação sem cunho ideológica
Logo após o presidente Trump anunciar o tarifaço, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou seus auxiliares a buscarem a negociação com base no diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica.
“Reiteramos que, a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano. O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços”, se manifestou em nota o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Mauro Vieira busca solução
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, está em Nova York, onde participará de uma discussão de alto nível na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a “solução pacífica da questão da Palestina e a implementação da solução de dois Estados”.
Vieira mandou um emissário na semana passada a Washington para sondar condições para a sua presença no país. O emissário sondou ainda a disposição do lado americano para tentar destravar as negociações de tarifas em nível ministerial. Por enquanto não há sinal verde, tampouco bloqueio à iniciativa.
Junto à embaixada do Brasil nos EUA, o emissário de Vieira tenta manter contatos com interlocutores da Casa Branca, deixando clara a disposição do ministro em negociar com qualquer interlocutor de alto nível determinado por Trump e também qualquer tema da agenda comercial.
Taxa e julgamento de Bolsonaro
Porém, até agora, não houve qualquer avanço em termos de negociação. A Casa Branca tem condicionado a abertura de diálogo à interrupção do caso em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, entre outros crimes.
Trump classificou o julgamento de Bolsonaro de “caça às bruxas”. Ele tem ainda dado ressonância ao discurso que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista político Paulo Figueiredo têm repetido há meses a congressistas republicanos e a funcionários da gestão Trump.
Na noite deste domingo (27), o grupo de senadores brasileiros que está nos EUA fez uma reunião de alinhamento no discurso. Entre os senadores que fazem parte da delegação estão Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG) e Jaques Wagner (PT-BA). As agendas e compromissos oficiais começam nesta segunda-feira (28).