
Presidente do Equador escapa ileso de atentado, governo acusa “tentativa de homicídio”
Da Redação da São Paulo Tv Internacional
O presidente equatoriano Daniel Noboa foi alvo de um ataque nesta terça-feira (7 de outubro de 2025), conforme relato da ministra de Energia, Inés María Manzano. O episódio ocorreu na província de Cañar, no cantão de El Tambo, enquanto sua comitiva se dirigia a um evento local.

Segundo o governo, cerca de 500 pessoas cercaram o veículo presidencial, lançando pedras e acionando tiros — foram encontradas “marcas de bala” no carro. Noboa não se feriu.
As autoridades relataram que cinco pessoas foram detidas no local, sob suspeita de envolvimento no ataque. O governo pretende acusá-las formalmente de terrorismo e tentativa de assassinato.
Em nota, a ministra Manzano registrou a ocorrência como “tentativa de homicídio” e afirmou que ataques como disparos contra o carro presidencial ou depredação de bens públicos são crimes que “não serão tolerados”.
O contexto por trás do ataque está ligado às protestos intensificados no país após o governo extinguir o subsídio ao diesel, o que elevou drasticamente o custo do combustível. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) lidera as manifestações, que incluem bloqueios de estradas e gritos de resistência contra a política energética do governo.
Em resposta à escalada dos protestos, Noboa decretou estado de emergência em várias províncias — em até dez delas, segundo fontes oficiais. O decreto suspende parcialmente direitos à liberdade de reunião nessas áreas, embora manifestações pacíficas ainda sejam permitidas, desde que não impactem “direitos, liberdades e garantias do restante da população”.
Mesmo após o atentado, a agenda oficial do presidente foi mantida: Noboa discursou em Cuenca, cerca de 70 km de distância do local do ataque, reafirmando que “ataques como esse não serão aceitos no novo Equador”.
A CONAIE, por sua vez, alega que houve repressão desmedida contra manifestantes, inclusive pessoas idosas, e que pelo menos cinco detentos foram detidos de maneira arbitrária.
O episódio agrava ainda mais o clima de tensão político-social no Equador, onde os protestos já deixaram dezenas de feridos, centenas de detidos e uma morte, conforme dados oficiais e denúncias de entidades de direitos humanos.
. REUTERS/Adriano Machado/Foto de arquivo