Por Walter Westphal – Colunista de Automobilismo da São Paulo TV Broadcasting
A Fórmula 1 desembarca neste fim de semana em Singapura para a 18ª etapa do campeonato e o clima é de tensão e expectativa. No Azerbaijão, Max Verstappen (Red Bull) conquistou pole e vitória, aproveitando o fraco desempenho da McLaren para reduzir a diferença para o líder Oscar Piastri. Hoje, a distância entre eles é de 69 pontos, e com apenas sete corridas restantes a missão do holandês é dura: precisa somar pelo menos 10 pontos a mais que Piastri em cada prova para sonhar com a virada. Parece improvável, mas ainda existem 199 pontos em jogo (incluindo corridas sprint), o que mantém viva a esperança de uma reação histórica.
O campeonato vive um momento raro. De um lado, a juventude de Oscar Piastri e Lando Norris conduzindo a McLaren a um domínio absoluto. Do outro, a experiência e agressividade de Verstappen tentando impor sua marca. No Mundial de Pilotos, Piastri lidera com 324 pontos, Norris é o segundo com 299 e Verstappen aparece em terceiro com 255. Já no Mundial de Construtores, a McLaren soma 623 pontos e está muito à frente da Mercedes (290) e da Ferrari (286). Para selar o título por equipes em Singapura, os ingleses precisariam de uma dobradinha — algo difícil, mas não impossível.
O palco desse duelo é o espetacular circuito urbano de Marina Bay. Um traçado de 4.940 km, 19 curvas, velocidades de até 300 km/h e uma atmosfera inigualável: a corrida acontece à noite, iluminada por 1.500 refletores que transformam a baía em um cenário futurista. O asfalto exige alta carga aerodinâmica, um ponto que pode expor fragilidades da Red Bull. O diretor técnico da equipe, Pierre Wache, reconheceu que Singapura será “um teste real” para avaliar a eficácia das últimas atualizações, em especial o novo assoalho estreado na Itália. Já a McLaren acredita que este é o tipo de circuito que joga a seu favor, assim como os próximos em Austin, Catar e Abu Dhabi.
O histórico recente da pista mostra diversidade: em 2022, vitória de Sergio Pérez (Red Bull); em 2023, Carlos Sainz (Ferrari); e em 2024, Lando Norris (McLaren). Ou seja, Singapura é um circuito que raramente perdoa e costuma revelar vencedores diferentes. Isso reforça a tese de que o GP pode ser um divisor de águas. Se a Red Bull conseguir surpreender, teremos uma reta final eletrizante. Caso contrário, estaremos diante da consagração da McLaren e de uma nova geração de campeões.
Mais do que pontos na tabela, o GP de Singapura será um laboratório de estratégia e resistência. No calor úmido do sudeste asiático, os carros enfrentam desgaste extremo, e os pilotos precisam de concentração total para não errar em um traçado técnico e fechado. Um simples deslize pode custar não só a corrida, mas o campeonato.
📊 Mundial de Pilotos 2025 (Top 3)
- Oscar Piastri (McLaren) – 324 pts
- Lando Norris (McLaren) – 299 pts
- Max Verstappen (Red Bull) – 255 pts
📊 Mundial de Construtores 2025 (Top 3)
- McLaren – 623 pts
- Mercedes – 290 pts
- Ferrari – 286 pts
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