Da Redação da São Paulo Tv Editoria de Brasília Beatriz Ciglioni – Foto: Júlio César Silva/MDIC
Durante o debate “Os pequenos também exportam”, promovido pelo SBT News em 17 de setembro, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou com entusiasmo o papel das micro e pequenas empresas no futuro da economia brasileira. Em seu discurso, Alckmin sublinhou que apoiar o pequeno empreendedor a conquistar o mercado externo é mais do que uma política setorial: trata-se de um motor de competitividade e de geração de empregos para o Brasil.
Exportação como vetor de crescimento
“Exportar é fundamental para que pequenas empresas cresçam mais depressa, ganhem escala e avancem mais”, afirmou Alckmin, lembrando que países como a Itália são exemplos de como pequenas empresas podem ter forte participação no comércio internacional. Hoje, no Brasil, embora a balança comercial registre resultados expressivos, a fatia ocupada pelos pequenos ainda é modesta.
O ministro enfatizou que ampliar essa participação significa fortalecer a economia em todas as regiões do país. “Quando a pequena empresa exporta, ela melhora sua produtividade, gera mais empregos e se insere numa cadeia global de valor. É um círculo virtuoso”, resumiu.
Medidas de incentivo já em vigor
Para transformar esse cenário, o governo tem colocado em prática políticas específicas. Uma delas é o Acredita Exportação, que devolve automaticamente 3,1% do valor exportado para micro e pequenas empresas, permitindo mais competitividade ao reembolsar parte dos impostos pagos sobre insumos.
Outro avanço destacado foi o Portal Único de Comércio Exterior, que unifica licenças de exportação e importação, reduzindo a burocracia e o uso de papel. Segundo Alckmin, essa medida pode cortar R$ 40 bilhões por ano do chamado “Custo Brasil”, além de diminuir a imobilização de cargas nos portos. “Um contêiner parado um dia custa 0,8% do valor da carga; em três dias, já chega a 2,5%. O Portal dá velocidade e mais lucro para o pequeno empreendedor”, explicou.
O ministro também citou o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), da Apex Brasil, voltado à capacitação técnica dos pequenos para que consigam se inserir com segurança e eficiência no mercado externo. “Não basta abrir portas, é preciso preparar quem vai atravessá-las”, disse.
Promoção internacional e feiras de negócios
Além da simplificação e do crédito, o governo aposta na promoção direta dos produtos brasileiros. O MDIC, em parceria com a Apex, tem trazido compradores internacionais para conhecer o que é produzido pelas pequenas empresas e tem financiado a participação desses empreendedores em feiras internacionais. “É fundamental que a pequena empresa seja vista, ouvida e disputada no mercado global”, ressaltou Alckmin.
Enfrentando barreiras internacionais
O vice-presidente também abordou os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Como resposta, o governo lançou um programa de mitigação com quatro frentes:
- R$ 40 bilhões em crédito via fundo garantidor;
- Compras governamentais para estimular a demanda;
- Prorrogação do drawback (benefício fiscal às exportações) por mais um ano;
- Reintegra para pequenas empresas, que garante crédito de até 6,1% do valor exportado.
Otimismo e visão de futuro
Ao longo de sua fala, Geraldo Alckmin reforçou o tom otimista de que as pequenas empresas brasileiras têm tudo para ampliar seu espaço no comércio internacional. “Cada pequena empresa que exporta significa mais empregos, mais renda e mais desenvolvimento para o Brasil. Estamos criando as condições para que o pequeno empreendedor não apenas sobreviva, mas conquiste o mundo”, concluiu.
A mensagem do vice-presidente ecoa como um chamado ao protagonismo dos pequenos negócios, não apenas no cenário interno, mas como peças-chave de uma estratégia nacional que coloca o Brasil em posição de destaque no comércio global.