Da Redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa Foto: Bruno Rocha/Agencia Enquadrar
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prometeu nesta sexta-feira (15) punição rigorosa aos servidores envolvidos no esquema de fraudes do ICMS revelado na Secretaria da Fazenda. Segundo ele, os acusados vão “sentir a mão pesada do Estado”.
De acordo com as investigações, o esquema contava com a participação de auditores, que teriam recebido propinas que somadas chegam a R$ 1 bilhão.
O governador disse, após participar de um evento em Sorocaba, no interior paulista, que os funcionários envolvidos serão punidos em todas as esferas.
Porém, Tarcísio fez questão de deixar claro que as fraudes começaram em 2021, portanto no governo anterior, já que tomou posse somente em janeiro de 2023.
“Agora é partir para punição rigorosa dos agentes em todas as esferas, na esfera administrativa, na esfera cível, na esfera penal. E partir para cima dos bens daqueles que lesionaram o Estado de São Paulo, para que isso não passe impune. Então, eles vão sentir a mão pesada do Estado para servir de exemplo”, afirmou.
As irregularidades foram reveladas na terça-feira (12) pela “Operação Ícaro”, do Ministério Público de São Paulo, que resultou na prisão de dois funcionários da secretaria e dos empresários Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop.
Segundo a investigação, os servidores recebiam propina para acelerar a emissão de créditos de ICMS para grandes empresas. Outras empresas de varejo e de serviço também foram citadas na apuração do MP-SP.
O governador paulista enfatizou ainda que os servidores envolvidos são exceção e que o fortalecimento das ferramentas de controle de processos e de investigação interna são prioridades em seu governo.
De acordo com ele, a reestruturação da Controladoria-Geral do Estado (CGE) e o Programa de Apoio à Gestão e Integração dos Fiscos no Brasil (Profisco) são exemplos do que vem sendo feito para melhorar a administração do sistema tributário.
“Esses caras vão sentir a mão pesada do Estado porque vagabundo tem que ser tratado com rigor e é isso o que vai acontecer”, acrescentou o governador.
Oposição quer CPI
Na Assembleia Legislativa, deputados da oposição apresentaram requerimento para que o secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita, compareça à Casa para esclarecer as denúncias.
Além disso, esses parlamentares avaliam ainda protocolar um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Futuro político
Sobre os planos eleitorais, Tarcísio disse que o plano atual é buscar a reeleição em São Paulo em 2026.
No entanto, não deixou de criticar de forma indireta a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações das tarifas comerciais com o governo dos Estados Unidos.
Segundo o governador, é preciso mostrar “força” para se chegar a um acordo.
Tarcísio vem sendo apontado como presidenciável em 2026 e se formalizar a candidatura terá como principal adversário o petista Lula, que vem dizendo que quer disputar novamente a cadeira de presidente do Brasil.
Nesta semana, o governador participou de um evento promovido pelo banco BTG Pactual, que reuniu empresários do agronegócio. No discurso, Tarcísio focou na política econômica e alertou que o Brasil não “aguenta mais o PT nem o Lula”.
Depois, à noite, ele esteve num jantar na casa do cantor Latino, junto com outros empresários, onde foi tratado como “futuro presidente” pelo artista.