
Alckmin diz que ajuda aos setores prejudicados pelo tarifaço de Trump deve ser divulgado até terça-feira
Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o plano de contingência para ajudar os setores afetados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos deve sair até terça-feira (12).
Alckmin afirmou que haverá uma “régua” para considerar a variação de exportações dentro de um mesmo setor, para tornar o socorro mais preciso.
De acordo com o ministro, o plano de contingência já foi apresentado ao presidente Lula e, agora, só falta ele bater o martelo para ser anunciado. Se não for nesta sexta-feira (8), provavelmente na segunda ou terça-feira, disse Alckmin.
Foco nos mais prejudicados
O plano de contingência procurará ter foco para ajudar as empresas mais afetadas pela imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump.
O ministro afirmou que será instituído um parâmetro para avaliar os efeitos das tarifas sobre cada setor da economia, baseado no grau de exportações para os Estados Unidos.
“Há setores em que mais de 90% da produção vai para o mercado interno, com exportações de 5%, no máximo 10%. E tem setores em que metade do que se produz é para exportar. E tem setores que exportam mais da metade para os Estados Unidos. Então, foram muito expostos, estão muito expostos”, declarou.
Citando o setor de pescados, Alckmin disse que o plano pretende diferenciar os produtos com maior ou menor exposição ao mercado estadunidense.
“Às vezes dentro de um próprio setor, você tem uma diferenciação de quem exporta mais e menos”, destacou. “No caso da tilápia, o maior consumo é interno. Já o atum tem a maior parte da produção destinada à exportação”, acrescentou.
Encontro com encarregado de negócios dos EUA
Alckmin não entrou em detalhes sobre a reunião que teve com o encarrregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar. Apenas disse que o encontro foi “muito bom”. A reunião ocorreu fora da agenda oficial do ministro e vice-presidente.
Antes de encontrar o vice-presidente, Escobar reuniu-se com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS). Após sair do ministério, Escobar visitou a Câmara dos Deputados.
Reunião com a Abicalçados
Alckmin também reuniu-se com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Segundo o ministro, o setor será bastante afetado pelo tarifaço, com o couro, matéria-prima para os calçados sofrendo um impacto maior.
“Recebi agora o setor de calçados, a Abicalçados. É um setor também afetado, que usa muita mão de obra. Mas, mais afetado que o calçado, é o couro. O couro, mais de 40% da produção é para exportação”, comentou.