
Putin e Trump marcam encontro para a semana que vem
Da redação da São Paulo Tv jornalista Bene Correa com informações da Folha de São Paulo Foto Ilustrativa São Paulo TV
O governo russo confirmou nesta quinta-feira (7) o encontro previsto para a semana que vem entre os presidentes Vladimir Putin e o norte-americano Donald Trump.
O Kremlin afastou a sugestão feita por Trump de uma outra reunião, desta vez com a presença do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski.
Logo após o anúncio do governo russo, Trump tratou de dar sua versão sobre o encontro, enfatizando que foram os russos que solicitaram a reunião e que, então ele sugeriu a inclusão de Zelenski no diálogo.
O presidente norte-americano classificou o encontro de “grande progresso”, mas apesar do elogio ainda trabalha para implementar novas sanções contra a Rússia nesta sexta (8), quando encerra o prazo dado por ele para que Putin aceite um cessar-fogo. Porém, o líder russo não demonstrou interesse em suspender os ataques contra a Ucrânia.
O assessor internacional de Putin, o ex-embaixador nos Estados Unidos Iuri Uchakov, disse que por sugestão do lado americano, um acordo foi alcançado para realizar uma reunião bilateral de alto nível nos próximos dias.
“Estamos agora começando os preparativos concretos junto com nossos colegas americanos”, informou o assessor. Em seguida, o Kremlin confirmou a semana que vem como data.
Questionado acerca da sugestão de Trump de incluir Zelenski nas conversas, Uchakov disse apenas que não houve resposta.
Ponto para Putin
Politicamente, a reunião é uma vitória para Putin, que poderá se mostrar novamente no controle da situação na relação com Trump, ainda que ela seja propriedade do americano na realidade.
Por seu lado, Trump aposta alto para tentar colher algum tipo de trégua no conflito, que havia prometido resolver em 24 horas.
Ele primeiro apostou na aproximação com Putin, com quem conversou por telefone por cinco vezes desde fevereiro.
No entanto, o máximo que conseguiu foi a reabertura dos contatos diplomáticos entre as duas maiores potências nucleares do mundo. Ao todo, foram realizadas três rodadas diretas de negociação entre Moscou e Kiev.
Condições para a paz
As reuniões entre Rússia e Ucrânia acabaram somente em acordos de troca de prisioneiros e a apresentação de listas mutuamente excludentes de exigências para paz.
Putin exige a posse de todo o território que diz ser seu na Ucrânia e até eleições no vizinho, para cessar os ataques. Zelenski não aceita nada disso e pede uma trégua antes da negociação.
Com o impasse, Trump passou a pressionar Putin, dizendo que estava decepcionado com o russo. E apresentou o ultimato, que inicialmente tinha como prazo setembro e, depois, foi adiantado. Chegou a fazer ameaças nucleares aos russos. Putin, a julgar pelo desenvolvimento desta semana, não levou nada a sério.
Se o encontro ocorrer na semana que vem, será a primeira cúpula entre Rússia e Estados Unidos desde 2021, quando o então recém-chegado à Casa Branca Joe Biden encontrou-se com Putin em Genebra, na Suíça.
Trump e Putin se encontraram ao menos 6 vezes no primeiro governo do republicano, 1 delas em forma de cúpula.