
COP30 não é convescote
*José Renato Nalini
A COP30 não pode ser mais um encontro estéril, que sirva para exibicionismo, laudatórios político-ideológicos e oportunidade de passeio pago com dinheiro do povo para subalternos das gestões estatais. Embora com tropeços logísticos, com a improvisação que é uma característica brasileira, a COP30 é uma oportunidade para refletir sobre as emergências climáticas.
2025, este ano que o Papa Ecológico, o saudoso Francisco Bergoglio, escolheu como Ano Jubilar, é também o ano em que o Brasil precisa retomar a sua condição de potência verde emergente e deixar, de vez, a triste figura de “Pária Ambiental”.
As últimas COPs deixaram de lado a desfossilização, priorizando a exploração de petróleo. O combustível que envenena a atmosfera e produz os fenômenos extremos, prova inconteste de que as emergências climáticas chegaram para mostrar que a humanidade tem de ter juízo.
Há muita expectativa nessa COP da Amazônia, mas que deve sacudir todo o Brasil, país que tem 85% de sua população morando em cidades. Por isso São Paulo programa uma série de eventos de conscientização da sociedade. Todos devem participar deles. Não só os já convertidos, ambientalistas e ecologistas, mas todas as pessoas. Na Pré-COP de Bonn, mencionou-se pela primeira vez as pessoas de descendência africana, mas também incentiva a participação de outros grupos vulneráveis, como migrantes, povos indígenas e trabalhadores informais. O objetivo é criar caminhos eficazes, inclusivos e participativos para a transição justa.
E você? Qual será a sua participação na Pré-COP30 da sua cidade?
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.