
Trump lança programa de “autodeportação paga” com ajuda de US$ 1.000, mas Justiça bloqueia revogação de status de 530 mil imigrantes
WASHINGTON DC – Redação São Paulo TV | 05 de maio de 2025 fotos campanha de Trump e Univision
O governo do presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (5) um novo programa que oferece US$ 1.000 e passagens aéreas gratuitas para imigrantes indocumentados que optarem por deixar voluntariamente os Estados Unidos. A iniciativa, apresentada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), visa incentivar a “autodeportação” como uma alternativa mais econômica e eficiente às deportações forçadas.
A secretária do DHS, Kristi Noem, destacou que o programa permitirá uma economia de até 70% nos custos de deportação, reduzindo o gasto médio por pessoa de US$ 17.121 para aproximadamente US$ 4.500. Além disso, os participantes poderão evitar a detenção ao utilizar o aplicativo CBP Home, que facilita o processo de retorno e confirma a saída do país. O pagamento do incentivo financeiro será efetuado somente após a confirmação da chegada do imigrante ao país de origem.
Apesar das alegações de eficiência e economia, o programa enfrenta críticas de defensores dos direitos dos imigrantes, que alertam para possíveis complicações legais e falta de garantias de reentrada legal futura. Advogados especializados em imigração expressaram preocupações sobre a coleta de dados pessoais pelo aplicativo e a ausência de caminhos claros para a regularização do status migratório dos participantes.
Paralelamente, o governo Trump sofreu um revés judicial significativo. A juíza federal Indira Talwani, do Tribunal Distrital de Boston, bloqueou a tentativa da administração de revogar o status legal de mais de 530 mil imigrantes provenientes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, que haviam sido admitidos nos EUA sob um programa humanitário da era Biden. A juíza considerou que a revogação coletiva e sem análise individual violava os princípios do devido processo legal e poderia causar danos irreparáveis a famílias estabelecidas no país.
A decisão de Talwani foi posteriormente confirmada por um painel do 1º Tribunal de Apelações dos EUA, que rejeitou o pedido do governo para suspender a liminar. A medida impede temporariamente que o Departamento de Segurança Interna cancele as autorizações de permanência e trabalho concedidas a esses imigrantes, mantendo seu status legal até que o caso seja resolvido judicialmente.