
Aliados dão como certa a queda do ministro da Previdência
Da Redacão da São Paulo Tv Brasília s com informações do Uol foto Lula Marques/ Agência Brasil
Pessoas próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acreditam que é questão de tempo saída do ministro Carlos Lupi.
A análise no governo é de que o ministro da Previdência não tomou as providências necessárias para resolver as cobranças irregulares nos benefícios dos aposentados e, quando o escândalo explodiu, não soube lidar com a situação. Apesar de ainda não existir qualquer prova de que o ministro tenha participado do esquema de desvio do INSS, o sentimento é de que Carlos Lupi falhou na condução do problema.
O ministro e o presidente Lula devem se encontrar nesta sexta-feira. Segundo um interlocutor do ministro, o chefe da Previdência está “muito desconfortável” desde o anúncio da escolha do novo presidente do INSS, da qual ele não participou.
Governo lembra que esquema começou em governos anteriores
Aliados do presidente Lula insistem em lembrar que o esquema foi instalado em governos anteriores. Deixam claro ainda que as investigações foram iniciadas na gestão de Lula, incluindo agora a escolha de um novo presidente do INSS com perfil de “xerife”.
Segundo a investigação da PF e da CGU (Controladoria-Geral da União), os descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS aumentaram a partir de 2019, ainda no mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), chegando a atingir a casa dos bilhões a partir de 2023, no terceiro mandato do presidente Lula. O aumento atípico nos últimos anos dos descontos e as movimentações no Congresso que impediram a criação de regras mais duras para esses débitos chamam a atenção.
INSS ignorou alertas feitos em 2024
A Controladoria-Geral da União aponta que o INSS ignorou alertas feitos pelos órgãos de controle em 2024. Segundo a CGU, foram enviados seis ofícios entre 8 de maio de 2024 e 12 de julho daquele ano, pedindo providências, que teriam ficado sem resposta.
No entanto, o INSS nega que os alertas tenham sido ignorados. O Institudo alega que respondeu a uma recomendação da CGU pedindo explicações sobre o ofício enviado, mas não obteve resposta.
Saída esperada
A expectativa é que, sob pressão, o próprio Lupi entregue o cargo. O ministro é presidente licenciado do PDT e a condução do processo requer delicadeza. A aposta no Palácio do Planalto é que sua saída seja consumada ainda nesta sexta-feira (2). No mais tardar, segunda-feira.
No PDT, partido de Lupi, aliados do ex-governador cearense Ciro Gomes acreditam que este é o momento de abandonar o barco do governo. A saída do partido e Lupi da base de apoio de Lula, além de preservar o partido, ajudaria Ciro Gomes, que novamente se apresenta como candidato à Presidência. A retirada evitaria futuros constrangimentos para o PDT, que assim estaria livre para lançar candidato próprio e não ficaria à rabeira de Lula.