Da redação da São Paulo Tv imagem (Imagen: FDR)
Pesquisa mostra que a grande maioria dos jovens quer a redução do modelo de jornada de 6×1, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Nexus
A redução da jornada de trabalho conta com amplo apoio popular. Se no Congresso a proposta provoca discussões acaloradas e divide opiniões, entre a população a redução da carga horária é mais do que bem-vinda.
A pesquisa do Instituto Nexus revela que 65% da população apoia a diminuição da carga horária de trabalho. Já entre os jovens, com idade entre 16 e 24 anos, o índice sobe para 76%. Entre os desempregados, que sentem na pele a dificuldade de retornar ao mercado de trabalho e buscam mais oportunidades de emprego, o apoio à redução da jornada fica em 73%.
O levantamento revela também que o índice de apoio à redução do modelo 6×1 cai para 66%. Já entre os não trabalhadores, grupo formado por aposentados, pensionistas, estudantes e pessoas que se dedicam aos afazeres domésticos, a aprovação é de 61%.
Expectativa de geração de novas vagas
Na avaliação de Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, o apoio à redução da jornada máxima de 44 horas semanais por mais de 70% dos desempregados mostra que esse público trabalha com a perspectiva de que uma eventual mudança, se aprovada, criaria novas vagas de emprego. “O mesmo vale para os jovens que estão buscando o primeiro emprego. A expectativa é que a flexibilização da carga semanal gere mais postos de trabalho.”, explica Marcelo Tokarski.
Entre os diversos grupos etários da população, o apoio à redução da jornada 6×1 apresenta redução conforme avança a idade.
Entre 25 e 40 anos, aprovação de 69%
Entre 42 e 59 anos, aprovação de 63%
Mais de 60 anos, aprovação de 54%
Entre os brasileiros com mais de 60 anos, 34% disseram que são contra a mudança. O índice daqueles que apoiam a manutenção da escala 6×1 cai gradativamente até chegar a 16%, que é justamente entre os mais jovens.
PEC estabelece mudança na Constituição
A Proposta de Emenda à Constituição que altera a escala de trabalho foi apresentada foi apresentada pela deputada Ericka Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados no fim do ano passado. A PEC propõe alterar a Constituição, que hoje estabelece a duração da escala de trabalho normal não pode ultrapassar 44 horas semanais, sem redução do salário.
A pesquisa do Instituto Nexus mostra que parte dos entrevistados acredita que a redução na jornada de trabalho beneficiaria tanto a qualidade de vida dos brasileiros quanto sua produtividade durante o expediente.
Os números do levantamento foram obtidos após entrevistas com 2 mil pessoas, com idade a partir de 16 anos, entre 10 e 15 de janeiro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com confiança de 95%.