Por Redação São Paulo TV
Fonte: SECOM – Câmara Municipal de São Paulo fotos SECOM CMSP
25 de abril de 2025
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Ricardo Teixeira (União Brasil), apresentou uma proposta que pode representar um divisor de águas na política paulistana: um projeto de resolução que institui uma cota de gênero para a presidência da Casa. Pela proposta, ao menos um ano de cada legislatura de quatro anos deve ser obrigatoriamente comandado por uma mulher.
A medida tem caráter inédito na história do Legislativo municipal. Em 133 anos de existência, a Câmara de São Paulo nunca teve uma mulher presidindo o parlamento de forma permanente. A proposta de Teixeira surge como uma ação concreta para corrigir essa distorção histórica e dar protagonismo a novas lideranças femininas.
“O que eu estou propondo é que, pelo menos um ano dos quatro, a presidência da Câmara seja ocupada por uma mulher, por determinação desta Casa. Tentei fazer um acordo para este ano, não foi possível, mas já temos compromisso para a próxima legislatura”, afirmou o presidente, em entrevista ao canal institucional da Câmara.
A justificativa da proposta ressalta que a cota de gênero visa aumentar a participação feminina no Parlamento, proporcionando uma representação mais justa da sociedade, que é composta majoritariamente por mulheres. “Mesmo com os avanços conquistados, a presença feminina em posições de liderança política ainda é escassa”, diz o texto.
Momento de avanço e representatividade
A proposta de Teixeira ganha ainda mais relevância diante do atual momento da Câmara. As eleições de 2024 elegeram 20 vereadoras, o maior número da história, representando 36,3% das 55 cadeiras. É um avanço expressivo em relação a 2020, quando foram eleitas apenas 13 mulheres — um crescimento de 53,8% em quatro anos.
Entre os nomes eleitos, destacam-se Ana Carolina Oliveira (Podemos), segunda mais votada da cidade, com quase 130 mil votos, e Amanda Paschoal (PSOL), com 108 mil votos, na quinta colocação. A presença feminina qualificada e combativa reforça a urgência de promover uma política de valorização das lideranças de mulheres também nas instâncias de comando.
Repercussão e próximos passos
A proposta de Ricardo Teixeira já está em tramitação e deverá ser analisada pelas comissões temáticas antes de seguir para votação em plenário. Nos bastidores, o gesto tem sido bem recebido por diferentes bancadas e organizações da sociedade civil que militam por mais equidade na política.
A iniciativa do presidente da Câmara é vista como um gesto ousado e necessário para romper com estruturas historicamente excludentes. Mais do que simbólica, a medida pode abrir precedentes para outras casas legislativas do país.
Com esse projeto, Ricardo Teixeira dá um passo firme em direção a uma Câmara mais plural, democrática e verdadeiramente representativa. A São Paulo TV acompanhará os próximos desdobramentos dessa importante iniciativa para o futuro da política paulistana.