
40 ANOS DE PROTEÇÃO ÀS MULHERES: A EVOLUÇÃO DAS DELEGACIAS DA MULHER EM SÃO PAULO
SÃO PAULO TV | REPORTAGEM ESPECIAL DA REDAÇÃO Fonte e Foto SECOM ESTADO SP
📅 Quarta-feira, 6 de agosto de 2025
📍 São Paulo – Redação da São Paulo TV
Em 1985, São Paulo fazia história com a criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do Brasil. Quarenta anos depois, o estado comemora avanços estruturais, tecnológicos e humanos na luta contra a violência de gênero.
Era 6 de agosto de 1985 quando a capital paulista inaugurava, no centro da cidade, a primeira Delegacia de Defesa da Mulher do país. Uma fila com cerca de 500 mulheres já esperava atendimento no dia seguinte — sinal evidente da demanda reprimida e da urgência por políticas públicas voltadas à proteção feminina. Na linha de frente, a delegada Rosmary Corrêa, conhecida como Delegada Rose, liderava uma equipe de 13 policiais mulheres e iniciava ali um movimento que se tornaria referência nacional.
“Nem deu tempo de pensar, começamos o atendimento”, recorda Rosmary, hoje com 75 anos. “Elas vinham cheias de esperança, querendo virar a página de anos de violência.”
A inauguração contou com a presença do então secretário de Segurança Pública, Michel Temer, e representou o pontapé inicial de uma mudança estrutural no atendimento às vítimas de violência doméstica no Brasil.
SÃO PAULO, 40 ANOS DEPOIS: A MAIOR REDE DE DDMs DO PAÍS
Hoje, São Paulo abriga 142 Delegacias de Defesa da Mulher, consolidando-se como o estado com a maior cobertura do Brasil. Destas, 18 funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, e outras 164 salas DDMs foram integradas a plantões policiais com atendimento especializado — 100 dessas criadas apenas na atual gestão, um aumento de 164,5% desde 2022.
A primeira DDM, que antes funcionava na região do Parque Dom Pedro, hoje está instalada no Cambuci e é comandada há 13 anos pela delegada Cristine Nascimento, que lidera uma equipe de quase 50 policiais. “Crescemos muito desde aquela sementinha que a doutora Rose plantou lá em 1985”, afirma.
TECNOLOGIA, ACOLHIMENTO E AÇÃO INTEGRADA
Entre os avanços recentes, destacam-se:
- Aplicativo SP Mulher Segura: com botão do pânico para acionamento de emergência por vítimas com medida protetiva. O sistema conta com georreferenciamento que detecta a aproximação do agressor — monitorado por tornozeleira — e aciona o COPOM imediatamente. Até julho de 2025, o app registrou 949 boletins de ocorrência, 1.820 acionamentos do botão do pânico e mais de 10 mil downloads.
- Cabine Lilás: atendimento especializado com policiais femininas no COPOM, pelo número 190. Já são quatro unidades no estado — incluindo a capital — e até julho deste ano, 8.998 atendimentos foram registrados, com 58 prisões em flagrante por descumprimento de medida protetiva.
- Abrigos sigilosos: oferecidos a mulheres e seus filhos menores em situação de risco, com estadia de até 6 meses, alimentação, atendimento psicológico, médico e orientação sobre trabalho e renda.

MARCO LEGAL E ESTRUTURA INSTITUCIONAL
A trajetória das DDMs também impulsionou a criação de marcos legais importantes, como a Lei Maria da Penha (2006) e a Lei do Feminicídio (2015). Mais recentemente, São Paulo também foi pioneiro ao instituir a Secretaria de Políticas para a Mulher, hoje sob comando de Valéria Bolsonaro, que declarou:
“Há 40 anos foi dado o primeiro passo. Hoje, com as novas tecnologias e a expansão das DDMs, seguimos vigilantes na luta contra a violência e na garantia da segurança feminina.”
Além disso, a gestão estadual nomeou 473 novos policiais para atuação nas DDMs — entre investigadores, escrivães e delegados. No primeiro semestre de 2025, as delegacias especializadas registraram 6,9 mil prisões, um aumento de 37,6% em relação ao mesmo período de 2024. Também houve a instauração de 61,2 mil inquéritos, crescimento de 26,9%.
SP POR TODAS: POLÍTICA TRANSVERSAL DE PROTEÇÃO E INCLUSÃO
Outro braço dessa política é o movimento SP Por Todas, que promove ações integradas de segurança, saúde e autonomia econômica para as mulheres. O portal www.spportodas.sp.gov.br concentra informações sobre os programas estaduais, canais de denúncia e acesso a direitos.
A DELEGADA QUE ABRIU CAMINHOS
Rosmary Corrêa resume a importância desse legado:
“A DDM foi a primeira política pública do país para a mulher. Não tínhamos estatísticas, nem voz. Hoje temos estrutura, dados, reconhecimento. Mas acima de tudo, temos esperança.”
SERVIÇOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS
📱 Aplicativo SP Mulher Segura – disponível nas lojas digitais
📞 Central de atendimento à mulher – Ligue 180
🌐 Site oficial – www.spportodas.sp.gov.br
🚨 Emergência – Ligue 190 (Cabine Lilás disponível)
SÃO PAULO TV – REDAÇÃO
Acompanhando e registrando os marcos da história paulista.
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