Prefeito de São Paulo conhece sistema de coleta inteligente de lixo, usina de energia a partir de resíduos e centro anti-desperdício de alimentos na capital da Lombardia
📍 Milão, Itália – 23 de junho de 2025 📡 Por Bene Corrêa e Beatriz Ciglioni | Especial da Europa: Samys Montanaro 📰 Reportagem especial – Redação São Paulo TV Broadcasting
Milão, 23 de junho de 2025 – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, iniciou nesta segunda-feira uma série de visitas técnicas na Itália como parte de uma missão institucional voltada ao fortalecimento da gestão urbana da capital paulista. Em Milão, Nunes conheceu três experiências de sucesso nas áreas de resíduos sólidos, geração de energia limpa e combate ao desperdício de alimentos — temas que figuram entre os principais desafios ambientais e sociais de São Paulo.
As visitas fazem parte de uma agenda internacional que segue até o dia 27 de junho e inclui encontros com autoridades italianas, representantes do Vaticano e gestores de mobilidade e meio ambiente de Roma e Milão. A proposta é clara: buscar modelos eficientes e adaptáveis que possam servir de inspiração concreta para políticas públicas na maior metrópole do Hemisfério Sul.
AMSA: tecnologia e cidadania no tratamento do lixo
A primeira parada do dia foi na sede da AMSA (Azienda Milanese Servizi Ambientali), uma das empresas mais avançadas da Europa na coleta e gestão de resíduos urbanos. A companhia atende Milão e parte de sua região metropolitana, utilizando sensores, logística inteligente e um sistema digital de monitoramento para organizar a coleta seletiva e garantir a destinação correta dos resíduos recicláveis e orgânicos.
Para São Paulo, que enfrenta sérios gargalos na separação do lixo e na educação ambiental da população, o modelo da AMSA pode ser revolucionário. O uso de tecnologia de ponta, aliada a campanhas educativas contínuas, pode elevar significativamente os índices de reciclagem, gerar empregos verdes e reduzir o impacto ambiental dos aterros sanitários.
“Milão conseguiu envolver o cidadão na gestão de resíduos. Precisamos avançar nisso em São Paulo”, afirmou Ricardo Nunes durante a visita.
Silla 2: lixo que vira energia
Em seguida, Nunes visitou a planta de termovalorização Silla 2, que transforma até 500 mil toneladas de lixo por ano em energia elétrica. A unidade, operada pelo grupo A2A, é equipada com tecnologia de última geração para filtrar gases e monitorar emissões em tempo real, garantindo baixos impactos ambientais e alto desempenho energético.
Para São Paulo, a experiência representa uma alternativa concreta ao modelo atual, baseado quase exclusivamente em aterros sanitários. Com a iminente saturação do Aterro Bandeirantes e os altos custos de transporte e manutenção, a valorização energética dos resíduos pode representar uma virada histórica na política de gestão de lixo da cidade.
“É uma possibilidade que não podemos mais ignorar. A geração de energia a partir dos resíduos pode transformar o que hoje é problema em solução”, analisou o prefeito.
Às 11h, o prefeito seguiu para a Planta de Termovalorização Silla 2, onde resíduos sólidos urbanos são convertidos em energia elétrica limpa, abastecendo cerca de 130 mil residências. O modelo é apontado como referência de inovação sustentável e segurança ambiental na Europa.
A planta de termovalorização Silla 2, transforma até 500 mil toneladas de lixo por ano em energia elétrica. A unidade, operada pelo grupo A2A, é equipada com tecnologia de última geração para filtrar gases e monitorar emissões em tempo real, garantindo baixos impactos ambientais e alto desempenho energético.
Para São Paulo, a experiência representa uma alternativa concreta ao modelo atual, baseado quase exclusivamente em aterros sanitários. Com a iminente saturação do Aterro Bandeirantes e os altos custos de transporte e manutenção, a valorização energética dos resíduos pode representar uma virada histórica na política de gestão de lixo da cidade.
“É uma possibilidade que não podemos mais ignorar. A geração de energia a partir dos resíduos pode transformar o que hoje é problema em solução”, analisou o prefeito.
🌎 Inovação com propósito: lições para São Paulo
As experiências visitadas hoje são baseadas em três pilares fundamentais:
Soluções sustentáveis em grande escala com impacto direto no meio ambiente;
Solidariedade estrutural que transforma desperdício em cuidado social.
Gestão urbana inteligente com dados e tecnologia;
“Essas estruturas mostram que é possível combinar alta eficiência com justiça social. São Paulo está aqui para aprender, adaptar e avançar com coragem”, declarou Ricardo Nunes ao final do dia.
Segunda‑feira, 23 de junho – Milão
**09h00 – AMSA S.p.A.** Via Ollegettina, 25, Milano Marcos: coleta urbana de resíduos em uma área que engloba Milão e 14 municípios, atendendo 1,4 milhão de pessoas prefeitura.sp.gov.br+1prefeitura.sp.gov.br+1atac.roma.it. O que chamou atenção: aplicação de sensores IoT, monitoramento em tempo real e logística automatizada. Em São Paulo, essa tecnologia poderia ampliar a coleta seletiva e melhorar a eficiência operacional.
11h00 – Planta de termovalorização Silla 2 Via Lucio Cornelio Silla, 249, Quarto Oggiaro Processa até 500 mil toneladas por ano, gerando 59 MW de energia e atendendo cerca de 140 mil residências. Destaca-se pelo uso de fornos com filtros avançados e controle contínuo das emissões . Impacto para São Paulo: alternativa moderna à saturação dos aterros Bandeirantes, promovendo energia renovável local.
14h30 – Hub Anti‑Desperdício Via Santa Croce, 15 Recuepra quase 800 toneladas de alimentos (25% a mais que em 2023), distribuídas a comunidades vulneráveis em parceira com ONGs e empresas transitapp.com+2atac.roma.it+2atac.roma.it+2. Benefício para a capital paulista: redução do desperdício e combate à fome por meio de um modelo replicável em centros de comercialização paulista.
Hub Anti-Desperdício: quando o lixo alimenta Encerrando o primeiro dia oficial de compromissos em Milão, nesta segunda-feira (23), o prefeito Ricardo Nunes visitou o Hub Anti-Desperdício localizado na Via Santa Croce, uma das iniciativas mais premiadas da capital lombarda no combate à fome e ao desperdício de alimentos. Gerido por uma rede articulada entre a prefeitura de Milão, o Banco Alimentare, ONGs como a Recup e redes varejistas, o hub funciona como um centro logístico onde são coletados, triados e redistribuídos alimentos que, embora ainda em perfeitas condições para consumo, seriam descartados por supermercados, feiras, mercearias e restaurantes. Com apoio de voluntários, tecnologia de rastreamento e transporte refrigerado, o Hub recebe diariamente frutas, legumes, pães, laticínios, carnes e produtos prontos para consumo, evitando o descarte e redirecionando-os para cozinhas sociais, centros de acolhimento e famílias vulneráveis da cidade. Segundo a Assessorato alle Politiche Sociali da Prefeitura de Milão, apenas em 2024 os cinco hubs em operação recolheram 795 toneladas de alimentos, beneficiando mais de 126 mil pessoas — das quais cerca de 3.800 são crianças em situação de insegurança alimentar. “É um exemplo de como a cidade pode atuar com eficiência, humanidade e criatividade ao mesmo tempo. É sobre transformar excesso em solidariedade, desperdício em dignidade”, afirmou Ricardo Nunes após a visita. A estrutura impressiona não só pela escala, mas pela organização: os produtos são pesados, catalogados, passam por controle sanitário e são distribuídos em rotas programadas por caminhões refrigerados, bicicletas cargueiras e vans de associações parceiras. Além do impacto social direto, o projeto também contribui para a redução das emissões de metano oriundas da decomposição de resíduos orgânicos.
💡 O que São Paulo pode aprender Com mais de 900 feiras livres, dezenas de mercados municipais e uma rede varejista robusta, São Paulo é um território fértil para a implementação de hubs semelhantes, com potencial de recolher milhares de toneladas de alimentos desperdiçados todos os meses. Em um cenário onde a fome voltou ao centro do debate social, iniciativas como essa mostram que o combate ao desperdício é também uma política pública de justiça social e eficiência ambiental. “Temos capacidade e rede para fazer isso em São Paulo. O que falta é integrar o setor privado e as políticas públicas com inteligência social. Esse modelo de Milão é absolutamente adaptável ao nosso contexto”, concluiu o prefeito. A visita foi registrada em vídeo e compartilhada nas redes do prefeito. Confira os bastidores:
Amanhã
Terça‑feira, 24 de junho – Milão
10h00 – AMAT (Agenzia Mobilità Ambiente e Territorio) Planejamento estratégico de mobilidade e políticas de qualidade do ar. Possível réplica em SP: integração entre transporte público e áreas verdes, com foco em emissão zero.
12h00 – Sistema VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) Visita técnica ao VLT milanês, que se integra ao metrô e ônibus, operando com baixo ruído e alta frequência. Aplicação em São Paulo: alternativa eficaz para corredores médios, agilizando deslocamentos e reduzindo o uso de automóveis.
📅 Quarta‑feira, 25 de junho – Roma
10h00 – Audiência com o Papa Leão XIV (Vaticano) firmado em símbolos de cooperação internacional e diálogo urbano.
11h30 – Gazometro de Roma Conhecimento do projeto de requalificação de antigo depósito de gás, transformado em centro cultural.
14h30 – Reunião com secretário de transportes da Roma Capitale / ATAC Debates sobre integração modal, eletromobilidade, frota zero‑emissão.
📅 Sexta‑feira, 27 de junho – Roma
09h00 – Garagem Portonaccio da ATAC Inspeção à frota 100% elétrica de ônibus e sistemas de operação elétrica integrados. Em São Paulo: exemplo palpável de transição verde com planejamento técnico e governança moderna.
📡 Missão até 27/06
A comitiva paulista, liderada por Nunes, destaca a intenção de absorver tecnologia, governança e inovação para implementar em São Paulo modelos urbanos modernos. A cobertura continua com boletins diários, entrevistas e vídeos exclusivos na São Paulo TV Broadcasting.
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