
Preta Gil morre aos 50 anos e deixa legado de força, arte e empoderamento feminino
Da Redação – São Paulo TV Broadcasting
Edição especial: Urgente Notícias & Editorias – Cultura e Sociedade
A cantora, empresária e apresentadora Preta Gil faleceu neste domingo, 20 de julho de 2025, aos 50 anos, em decorrência de complicações provocadas por um câncer no intestino diagnosticado em janeiro de 2023. A notícia foi confirmada pela assessoria da artista, com uma nota comovente que resume a trajetória de coragem, inovação e afeto que marcou a vida pública e privada de Preta: “Ela não desistiu nem por um instante. É esse amor pela vida, essa história de força e resiliência, que permanecerá eternamente em nossos corações.”
Preta Gil emocionou o Brasil ao tornar pública sua luta contra o câncer — um processo difícil, longo e que expôs com honestidade não apenas os desafios físicos, mas também os impactos emocionais e sociais da doença. Com seu carisma, voz potente e ativismo constante, ela enfrentou cirurgias complexas, recidivas, sessões de quimioterapia e momentos de internação prolongada, sempre comunicando-se com o público de forma transparente.

Uma vida de arte, atitude e afeto
Filha do ícone da MPB Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa, Preta Gil cresceu cercada por música e liberdade criativa. Lançou seu primeiro álbum em 2003 e, desde então, construiu uma trajetória singular, marcada por irreverência, ativismo e pluralidade. Foram seis álbuns, participações em novelas, filmes e séries, além da condução de programas de TV.
Preta também fundou sua própria produtora e se destacou como defensora dos direitos das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e da luta contra o racismo e a gordofobia. Ao longo dos anos, foi se tornando um símbolo de empoderamento e inspiração para uma nova geração de artistas e ativistas.
Transparência na dor e voz no enfrentamento
Após o diagnóstico de um adenocarcinoma colorretal, Preta enfrentou cirurgias delicadas, entre elas a amputação do reto e a remoção do útero. Mesmo assim, jamais deixou de se comunicar com seus seguidores. Em vídeos, postagens e entrevistas, falava sobre as dores, mas também sobre a importância de se manter forte, informar e acolher.
Em meio ao tratamento, chegou a retornar aos palcos no show “Nós, a Gente”, ao lado de seu pai, e lançou o livro “Preta Gil: Os Primeiros 50”, em comemoração ao seu aniversário de cinco décadas. A publicação se tornou um relato inspirador sobre maturidade, superação e reinvenção.
Preta usou seu processo de reabilitação como ferramenta de conscientização sobre o câncer. Falou abertamente sobre o uso de bolsa de colostomia, das dificuldades pós-cirúrgicas e do estigma social em torno da doença:
“Um dos grandes problemas que enfrentamos no combate ao câncer é o estigma. Ele faz com que muita gente não se cuide, não busque ajuda e tenha preconceito com a doença”, declarou em uma de suas últimas falas públicas.
Do hospital ao carnaval: uma despedida em movimento
Mesmo em meio à luta, Preta viveu intensamente. Passou o carnaval de 2025 em Salvador, no camarote Expresso 2222, comandado por Gilberto Gil. No mar da Bahia, realizou o sonho de tomar um banho de mar com a neta Sol de Maria. “Foi melhor do que eu sonhei!”, escreveu nas redes sociais.
Em março, foi novamente internada, desta vez por uma infecção urinária. Apesar da gravidade do quadro, mantinha contato com os fãs e pedia orações. A partir de abril, o quadro clínico se agravou, e novos procedimentos foram realizados sem a resposta esperada. Internada nos Estados Unidos e depois no Brasil, a artista faleceu ao lado da família, após uma longa batalha.
Repercussão e homenagens
Nas redes sociais, artistas, políticos, fãs e familiares lamentaram a perda. Gilberto Gil escreveu:
“Minha filha foi luz, foi luta e foi amor. A sua música ecoará para sempre, e o seu riso continuará a viver em nós.”
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que Preta Gil “rompeu barreiras na música, no corpo e na vida, com coragem e alegria”. Já a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que Preta foi “uma mulher que transformou dor em força coletiva, e palco em lugar de resistência”.
A Câmara Municipal de São Paulo, por meio da Procuradoria da Mulher, publicou nota ressaltando o papel de Preta na defesa de causas femininas e na representatividade das mulheres negras e periféricas.
Um legado que transcende
Preta Gil deixa um legado de arte, empatia e ação. Foi mãe, avó, amiga, artista, empresária e ativista. Ao longo da vida, jamais hesitou em se posicionar. Enfrentou preconceitos, quebrou tabus e abriu caminhos para muitas outras mulheres e artistas que viram nela um exemplo de coragem e autenticidade.
“Pretinha era justa, honesta, generosa. Uma mãe e avó dedicada, uma guerreira incansável que inspirou e seguirá inspirando milhares de pessoas.”
A São Paulo TV se une às homenagens e destaca o valor de sua trajetória para a cultura brasileira e para todos que lutam, com dignidade e amor, por mais vida.
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