Da Redação da São Paulo TV Texto: Bene Corrêa | Edição Final: Direção de Jornalismo
A cidade de São Paulo vive uma crise sem precedentes no transporte coletivo. Desde o início do ano, 947 ônibus foram depredados em atos criminosos que colocam em risco a segurança de passageiros, motoristas e cobradores, e desafiam a ordem pública. Somente no último domingo (13), 47 veículos foram atacados em diferentes pontos da cidade, tornando o dia um dos mais violentos registrados em 2025.
Diante da gravidade da situação, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) assumiu uma postura enérgica e foi direto ao cobrar publicamente respostas rápidas e efetivas da Polícia Civil.
“Estamos lidando com um atentado direto ao direito de ir e vir do povo de São Paulo. A população está com medo. Os trabalhadores não podem pagar esse preço. É inadmissível que esses crimes estejam acontecendo há semanas sem que tenhamos uma resposta clara. A investigação está demorando, sim — e a Polícia Civil precisa acelerar. Quando temos que elogiar, elogiamos. Mas quando precisamos cobrar, cobramos com firmeza”, afirmou o prefeito em entrevista à GloboNews.
Nunes também reforçou que sua gestão está mobilizando todos os recursos disponíveis da Prefeitura para garantir a proteção da população, mas que o combate ao crime precisa de ações coordenadas com o Governo do Estado.
“A Prefeitura está fazendo sua parte: reforçamos a GCM, ampliamos a atuação nos terminais e estamos lado a lado da população. Mas sem a elucidação dos responsáveis, o risco continua. Não podemos permitir que São Paulo seja refém de criminosos — sejam eles adolescentes influenciados por internet ou grupos organizados. O Estado precisa agir com a urgência que o momento exige.”
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que sete pessoas foram presas até o momento. As investigações estão sob responsabilidade do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), com apoio da Divisão de Crimes Cibernéticos, que analisa as possíveis conexões com desafios digitais e postagens anônimas incentivando a destruição do patrimônio público.
Apesar do esforço, os números impressionam. Estima-se que os prejuízos diretos com a destruição de ônibus ultrapassam R$ 16 mil por dia, segundo entidades do setor. O cenário afeta diretamente a mobilidade urbana, atrasa a vida de milhares de cidadãos e fragiliza a confiança no sistema de transporte coletivo.
As ocorrências se espalham por toda a capital, com registros mais intensos nas zonas Sul, Leste e Oeste, atingindo empresas como Mobibrasil, Gatusa, Via Sudeste, Transpass e Viação Grajaú. Casos semelhantes também foram identificados na Grande São Paulo e na Baixada Santista, elevando o alerta entre autoridades estaduais.
Diante do aumento dos ataques, a SSP acionou a Operação Impacto, com o envio de 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas para atuar nos terminais, corredores e áreas de maior vulnerabilidade. A polícia também reforçou a coleta de imagens de câmeras de segurança e iniciou o rastreamento de postagens em redes sociais.
“A cidade está sob ataque, e isso exige reação rápida, firme e inteligente. Não vamos tolerar omissão. Os culpados precisam ser identificados, punidos e servir de exemplo. São Paulo não vai se curvar à violência”, concluiu Ricardo Nunes.
A São Paulo TV seguirá acompanhando o caso com prioridade máxima e atualizando a população a cada avanço das investigações. A população pode colaborar com denúncias anônimas pelo telefone 181 – Disque Denúncia.