Por Redação São Paulo TV
São Paulo, 21 de junho de 2025 foto da Drag Tchaka, que animou a edição 2023 da Marcha da Diversidade de BC, foi de verde e amarelo para a Parada do Orgulho LGBT+ de SP – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Divulgação/Floripa.LGBT
A 29ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, que ocorre neste domingo (22), promete ser mais do que uma celebração: será uma declaração de respeito às trajetórias da população idosa LGBT+ e um chamado por políticas públicas inclusivas. Com o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, o evento marca um momento de virada na pauta do movimento, valorizando as vozes que pavimentaram os caminhos da diversidade.
A concentração acontece a partir das 10h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista. O desfile dos trios elétricos começa oficialmente ao meio-dia. Entre os destaques musicais estão Pedro Sampaio, Pepita e Banda Uó. Um dos 17 trios será inteiramente dedicado a pessoas com mais de 60 anos da comunidade LGBTQIAPN+, num gesto simbólico de acolhimento e valorização da experiência de vida.
Impacto econômico e turístico
Além de seu peso cultural e social, a Parada também movimenta bilhões de reais no turismo e comércio paulistano. De acordo com a SPTuris, o evento deve atrair até 4 milhões de pessoas, incluindo cerca de 400 mil turistas vindos de todo o Brasil e do exterior.
Em 2024, a Parada teve impacto econômico estimado em R$ 403 milhões, e a expectativa é de que o valor seja superado este ano. A rede hoteleira já registra mais de 80% de ocupação no fim de semana, com alta demanda em restaurantes, aplicativos de transporte e comércio popular.
Segurança e infraestrutura
A operação conta com reforço da Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana e CET. A prefeitura organizou bloqueios viários, instalou sanitários químicos e reforçou a limpeza urbana e a assistência médica. Postos de apoio à saúde e à população vulnerável também estarão espalhados pelo trajeto.
Tema e reflexão
O tema de 2025 chama atenção para o etarismo e a vulnerabilidade enfrentada por pessoas LGBT+ na velhice, como abandono, violência, dificuldades no acesso à saúde e falta de políticas habitacionais específicas.
“A velhice LGBT+ é marcada por invisibilidade. É hora de lembrar que essas pessoas construíram a luta que hoje celebramos”, disse a APOGLBT-SP, organizadora do evento. A entidade também reforça a importância de políticas públicas que garantam autonomia, respeito e dignidade às pessoas idosas da comunidade.
Conscientização política
Como em edições anteriores, a Parada também terá forte tom político. As lideranças presentes pretendem reforçar o apelo por um voto consciente em candidatos que defendam os direitos humanos, o combate à violência e a igualdade de direitos.
Um legado para o futuro
Mais do que festa, a Parada LGBT+ de São Paulo é um marco de cidadania. Ao colocar os idosos no centro da discussão, a edição 2025 reafirma a importância da memória coletiva, da resistência contínua e da construção de um futuro mais justo para todas as idades e orientações.
A Avenida Paulista será mais uma vez palco de celebração e resistência, onde milhares se reúnem não apenas para comemorar, mas para dizer: todos têm o direito de envelhecer com dignidade.