
Futuros enfermeiros unem ciência e empatia para transformar vidas
Por Redação | São Paulo TV Carreiras Saúde
Em um momento em que o Brasil enfrenta desafios crescentes na área da saúde pública, estudantes de Enfermagem da Faculdade Cruzeiro do Sul Campus Anália Franco, mostram que é possível aliar conhecimento científico, compromisso social e vocação humana.
Sob coordenação da professora Michelle Fidelis, os alunos desenvolveram um projeto acadêmico voltado ao estudo e à conscientização sobre três doenças com alto impacto no sistema de saúde: Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Leishmaniose. Os trabalhos uniram pesquisa, produção de materiais educativos, ações de orientação e análise crítica dos protocolos adotados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um país que precisa de quem cuida

O Brasil possui mais de 2,8 milhões de profissionais da Enfermagem, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Desses, mais de 700 mil são enfermeiros com formação superior. O estado de São Paulo lidera o ranking nacional, com cerca de 530 mil profissionais da área e uma rede de mais de 1.200 hospitais, entre públicos, privados e filantrópicos.
Com a transição demográfica e o aumento da expectativa de vida, a demanda por profissionais de enfermagem tende a crescer de forma acelerada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o planeta precisará de 9 milhões de novos enfermeiros até 2030.
Além da atuação hospitalar, a enfermagem brasileira tem se expandido para áreas como atenção primária, auditoria, gestão, docência e pesquisa. Uma profissão historicamente ligada ao cuidado direto, hoje também se torna estratégica para a qualidade e a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
Os projetos em destaque
Grupo Diabetes – Composto por Júlio César, Beatriz Cordeiro, Kamila Vitória, Marizete Sebastiana, Regiane Ferreira, Lizeth Damaris, Viviane Paixão de Souza, Bianca Daher e Raul, o grupo trabalhou os principais desafios do controle glicêmico, complicações como amputações e insuficiência renal, e o papel do SUS na distribuição de medicamentos e insulinas. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 16 milhões de brasileiros vivem com a doença.

Grupo Hipertensão – Beatriz Pereira Santos, Ana Luiza Nascimento, Ketlyn Abade, Grazielle Santos, Michael Capoccia, Gabriela Dionizio e Juliana Menezes destacaram a gravidade da “doença silenciosa” que afeta 1 em cada 4 adultos no país. O grupo produziu materiais educativos, reforçando a importância de hábitos saudáveis e da adesão correta ao tratamento.

Grupo Leishmaniose – Gabrielly Pichao, Vitória Santos, Julia Santulhão, Sillas Rodrigues e Herasthus Bhoas se dedicaram ao estudo das formas cutânea e visceral da leishmaniose, uma zoonose endêmica em várias regiões do Brasil. O grupo alertou para os fatores ambientais, a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de campanhas de educação em saúde, especialmente em regiões periféricas.

Formação técnica e humanista
Mais do que um exercício acadêmico, o projeto foi um mergulho na realidade da saúde pública. Os alunos demonstraram não apenas domínio técnico, mas visão crítica e sensibilidade social — qualidades indispensáveis para quem escolhe fazer da Enfermagem uma missão de vida.
A professora Michelle Fidelis destaca que “a Enfermagem é, antes de tudo, uma profissão que exige presença, escuta e decisão. O que nossos alunos fizeram foi trazer isso para dentro da universidade, pensando no cuidado como uma prática que transforma realidades.”
Um ato de coragem diária
Enquanto muitos enxergam na profissão apenas rotinas e plantões, os alunos da Cruzeiro do Sul mostram que ser enfermeiro é, acima de tudo, um gesto diário de coragem e empatia. Eles estão se preparando para cuidar do outro com ciência, ética e compaixão — qualidades cada vez mais urgentes num mundo que precisa reaprender a cuidar.







