
Falta de chuva obriga Sabesp a reduzir pressão da água à noite na Grande SP: impactos positivos e alertas para a população
Da Redação – São Paulo TV Fonto Cantareira
A partir desta quarta-feira (27), moradores da Grande São Paulo começam a sentir os efeitos diretos da estiagem mais severa dos últimos anos. Com os reservatórios em 38,4% da capacidade útil — o pior índice desde a crise hídrica de 2014 — a Sabesp passa a reduzir a pressão da água durante a madrugada, numa tentativa de economizar cerca de 4 mil litros por segundo.
O lado positivo: prevenção antes do colapso
A medida chega como um freio preventivo, diferente de 2014 e 2015, quando o Sistema Cantareira operou no volume morto e a população enfrentou até 20 meses de racionamento severo. Hoje, São Paulo conta com infraestrutura ampliada: a interligação do Rio Paraíba do Sul e o Sistema São Lourenço são exemplos de obras que fortalecem a segurança hídrica.
Reduzir a pressão da água à noite, quando o consumo é naturalmente mais baixo, pode evitar um colapso mais drástico. Para quem possui caixa-d’água adequada, o impacto será quase imperceptível. A decisão também abre espaço para que a população se conscientize e reveja hábitos de consumo, incorporando práticas de economia no dia a dia — algo que pode se transformar em ganho duradouro.
O lado negativo: desigualdades e riscos cotidianos
Apesar dos avanços, os desafios são significativos. Em áreas mais altas e distantes da rede, a redução pode significar torneiras secas já no início da manhã. Famílias sem caixa-d’água, muitas delas em comunidades vulneráveis, sentirão primeiro o impacto da estiagem.
Esse cenário expõe a desigualdade no acesso ao recurso: enquanto uma parte da população terá apenas que se adaptar a novos horários de uso, outra corre o risco de enfrentar falta d’água recorrente, com impactos diretos em higiene, saúde e qualidade de vida.
Outro ponto sensível é a sensação psicológica de insegurança hídrica. Mesmo que a Sabesp afirme que o cenário atual é mais robusto, a memória da crise de 2014 ainda é viva. O temor de longos períodos sem abastecimento pode gerar corrida para estocar água e até sobrecarga em algumas redes.

O que esperar dos próximos meses
Agosto já é tradicionalmente o mês mais seco do ano, mas em 2025 a situação se agravou: apenas 8% da chuva esperada caiu até agora. Isso significa que, sem uma recuperação do regime de chuvas em setembro e outubro, medidas ainda mais restritivas podem ser estudadas.
Enquanto isso, a população precisa agir: reduzir banhos demorados, reutilizar água quando possível, corrigir vazamentos domésticos e manter sempre caixas-d’água limpas e bem vedadas.
Alerta final
Se por um lado a medida da Sabesp é um sinal de maturidade na gestão hídrica, por outro, evidencia a urgência de uma mudança de mentalidade coletiva. Água é recurso finito. O equilíbrio entre consumo consciente, planejamento estatal e responsabilidade ambiental será decisivo para que São Paulo não reviva os piores capítulos de sua história hídrica.
📊 Impacto imediato: economia de até 4 mil litros por segundo à noite
⚠️ Risco maior: falta de água em áreas altas e sem reservatórios
💧 Ação necessária: consumo consciente e fiscalização permanente