Especialista da PUC-SP indicado pela Cúria Metropolitana de SãoPaulo afirma que novo pontífice mantém foco na humildade, missão e acolhimento aos mais vulneráveis

Da Redacão de SP – São Paulo TV Broadcasting

A eleição do Papa Leão XIV marca mais que uma nova página na história da Igreja Católica — representa a continuidade do projeto pastoral iniciado por Francisco, com ênfase em humildade, diálogo, paz e compromisso com os pobres. Em entrevista exclusiva à São Paulo TV, o professor Francisco Borba Ribeiro Neto, especialista em doutrina social da Igreja e ex-coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, analisa os primeiros gestos do novo pontífice e a repercussão dentro dos meios canônicos e acadêmicos.

Indicado pela Cúria Metropolitana de São Paulo para acompanhar os desdobramentos do Conclave, Francisco Borba destaca que o discurso inaugural de Leão XIV ecoa a sensibilidade evangélica do papa anterior:

“Ele falou como Francisco. Ao abençoar Roma, abençoava o mundo inteiro. Insistiu que ‘Deus nos ama’ e que esse amor é a raiz do ser cristão no mundo. A paz mundial foi um tema central em suas palavras, ao lado de agradecimentos comovidos ao povo de sua diocese no Peru”, relata Borba.

O novo pontífice é jovem e vem de uma “terra de missão”, como o próprio professor ressalta, lembrando a trajetória de Leão XIV em comunidades periféricas e indígenas da América Latina. Para Borba, esse perfil indica que o caminho de abertura, escuta e serviço iniciado por Francisco deverá seguir em evolução:

“Trata-se de um papa latino-americano no espírito, ainda que nascido nos Estados Unidos. Isso pode favorecer o diálogo com setores mais críticos ao pontificado anterior, especialmente no campo moral e doutrinário”, explica.

A comunidade teológica e os estudiosos da área canônica observam com atenção o impacto desse novo pontificado sobre os rumos da Igreja no século XXI. “A escolha por um papa que valoriza a escuta, a missão e os mais vulneráveis é também uma resposta ao clamor dos tempos atuais”, completa o professor da PUC-SP.

Francisco Borba, que há décadas acompanha os movimentos da Igreja e seus reflexos sociais, vê na figura de Leão XIV a continuidade de uma Igreja em saída — menos clerical e mais comprometida com os dramas do mundo contemporâneo.