
Check-up cardíaco: especialista explica quando começar, quais exames fazer e por que a prevenção salva vidas
Da Redação da São Paulo Tv Beatriz Ciglioni Graduando em Saúde Enfermagem da Cruzeiro do Sul com fonte Assessoria de Imprensa da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), integrante do Grupo Cruzeiro do Sul,
Doenças cardiovasculares já mataram mais de 240 mil brasileiros só em 2024 — e muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce
São Paulo, 14 de agosto de 2025 – No tempo que você levou para ler esta frase, pelo menos uma pessoa morreu no mundo em decorrência de uma doença cardiovascular. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), essas condições seguem como a principal causa de morte global, responsáveis por 17,9 milhões de óbitos por ano, o equivalente a 31% de todas as mortes registradas. Só no Brasil, mais de 240 mil pessoas já perderam a vida por problemas no coração em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde.
O número assusta — e poderia ser menor. Infartos, AVCs e outras complicações cardiovasculares têm algo em comum: muitas vezes, são evitáveis com diagnóstico precoce, controle de fatores de risco e acompanhamento médico. Mas quando, afinal, é a hora certa de começar a cuidar do coração? E que tipo de exames realmente fazem a diferença?

Quando iniciar os exames preventivos
Segundo a cardiologista Sandra Maria Alessandri, professora do curso de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), pacientes saudáveis e assintomáticos, sem histórico familiar, já podem iniciar uma avaliação preventiva aos 40 anos. O protocolo inclui exames básicos de análises clínicas como dosagem de colesterol, glicemia, triglicérides, ácido úrico e um eletrocardiograma.
“Se não há antecedentes importantes, esse pacote já é suficiente para começar uma avaliação”, explica a docente. “Mas em casos com histórico familiar de doenças cardiovasculares, esse acompanhamento precisa começar ainda na infância, com foco em níveis glicêmicos e lipídicos, e se intensificar por volta dos 30 anos”, ressalta.
Fatores silenciosos, mas perigosos
Grande parte dos riscos cardiovasculares mais graves são silenciosos e, por isso, muitas vezes ignorados. “Colesterol alto, glicemia elevada, hipertensão arterial e até alterações de ácido úrico não causam sintomas no início. Mas sua combinação pode desencadear doenças arterioscleróticas graves”, alerta Alessandri.
Outro fator que merece atenção é a hipertensão, que pode estar elevada sem provocar manifestações. A arritmia também segue essa mesma lógica. É por isso que os check-ups são decisivos: antecipam diagnósticos e permitem intervenções precoces.
Jovens também precisam cuidar do coração
Para adultos jovens (entre 20 e 30 anos) saudáveis, com pressão e IMC normais, a avaliação cardíaca mais detalhada não é obrigatória. No entanto, em casos de histórico familiar, estilo de vida sedentário, uso de substâncias ou entrada em atividades esportivas de alta exigência, os cuidados devem ser ampliados.
“Se o jovem vai ingressar numa carreira esportiva, por exemplo, deve realizar exames como ECG, ecodopplercardiograma e teste ergoespirométrico para avaliar a condição cardiovascular basal”, afirma a cardiologista.
Além disso, fatores cotidianos como tabagismo, má alimentação e sono irregular impactam diretamente a saúde cardíaca.
Estresse, ansiedade e hormônios
O estresse crônico e a ansiedade, embora invisíveis nos exames tradicionais, deixam marcas profundas. O excesso de cortisol pode gerar distúrbios do sono, alterações na imunidade, pressão arterial elevada e desregulação glicêmica.
Entre as mulheres, o período pós-menopausa representa maior vulnerabilidade, quando o risco cardiovascular se iguala ao dos homens. Outro ponto de alerta é o uso de anticoncepcionais, que pode elevar o risco de eventos trombóticos, sobretudo quando combinado com o tabagismo.
Clínico geral ou cardiologista?
O clínico geral consegue conduzir bem exames de rotina, mas o cardiologista é imprescindível diante de alterações laboratoriais ou sintomas sugestivos de problemas circulatórios.
“Mesmo sem sintomas, um bom exame clínico feito pelo especialista pode identificar sinais iniciais de doenças graves. A consulta especializada é a chance de prevenir antes que a situação se torne crítica”, detalha Alessandri.
Prevenção é a melhor estratégia
A Opas aponta que mais de três quartos das mortes por doenças cardiovasculares ocorrem em países de baixa e média renda, como o Brasil. Das 17 milhões de mortes prematuras (antes dos 70 anos) provocadas por doenças crônicas não transmissíveis, 37% têm origem cardiovascular.
“Não é que os pacientes resistam ao cardiologista — é que, sem sintomas, não se sentem motivados a ir”, alerta a médica. “Por isso, o papel do médico assistente é fundamental para mostrar que o check-up salva vidas. Quanto antes começarmos, melhor.”
Fonte disponível para entrevista:
Dra. Sandra Maria Alessandri – Cardiologista e professora de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid)
Sobre a Unicid
A Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), integrante do Grupo Cruzeiro do Sul, oferece cursos de graduação e pós-graduação, presenciais e a distância. Reconhecida pela excelência em saúde e infraestrutura moderna, a instituição obteve nota máxima (5) no Conceito Institucional (CI) do Ministério da Educação (MEC).
📌 Reportagem da Redação – São Paulo TV