
João Cury Neto fala sobre a “adultização infantil” nas redes: “Tema exige firmeza e responsabilidade do Legislativo”
Entrevista da Redação São Paulo TV
A denúncia feita pelo influenciador digital Felca, que viralizou ao expor a chamada “adultização infantil” nas redes sociais, repercutiu fortemente no Congresso Nacional e abriu espaço para uma série de projetos que buscam criminalizar a prática e reforçar a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.
Entre os parlamentares que se posicionaram sobre o tema está o deputado federal João Cury Neto (MDB-SP), integrante da Comissão de Educação da Câmara. Em entrevista à São Paulo TV, ele destacou a gravidade da situação e a urgência de uma resposta institucional firme.
São Paulo TV: Deputado, como o senhor avalia a denúncia feita pelo influenciador Felca e a repercussão que teve no país?
João Cury Neto: A denúncia do Felca foi um alerta importante. Ele trouxe à tona um problema que muitas vezes passa despercebido pela sociedade: a exposição e a sexualização precoce de crianças e adolescentes nas redes. A internet não pode ser um território sem lei, onde a infância seja explorada. Esse debate precisa sair das telas e virar política pública concreta.
São Paulo TV: A Câmara dos Deputados recebeu mais de 30 projetos de lei em poucos dias após a denúncia. Como o senhor vê esse movimento?
João Cury Neto: Eu vejo como um passo positivo. Temos que agir com rapidez, mas também com responsabilidade. Projetos como o que proíbe a monetização de conteúdos envolvendo crianças e o que impede algoritmos de recomendarem esse tipo de material são fundamentais. O Parlamento precisa mostrar que está atento e que sabe responder à altura.
São Paulo TV: Como esse debate se conecta com sua atuação nas áreas de educação e desenvolvimento regional?
João Cury Neto: Tudo passa pela educação. Precisamos formar jovens críticos, conscientes e preparados para lidar com o ambiente digital. Isso envolve capacitar professores, apoiar as famílias e oferecer ferramentas de proteção. Além disso, não é só um problema das grandes cidades: no interior e nas regiões periféricas a vulnerabilidade é ainda maior. Por isso, defendo que políticas de prevenção, acolhimento e orientação sejam ampliadas em todo o país.
São Paulo TV: E quanto à responsabilização das plataformas digitais?
João Cury Neto: Elas têm papel central. Não podemos admitir que empresas bilionárias fechem os olhos para um problema tão sério. É preciso impor limites claros, com regras de transparência, fiscalização e penalidades. A infância não pode ser tratada como mercadoria.
Conclusão
A entrevista com João Cury Neto mostra que a “adultização infantil” não é apenas uma pauta das redes sociais, mas um desafio que exige resposta firme do Legislativo. O deputado defende que educação, regulação das plataformas e fortalecimento das famílias sejam os pilares dessa estratégia.
Com a mobilização do Congresso em torno de projetos de lei e a pressão da sociedade, o tema tende a ganhar protagonismo nas próximas semanas.
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