
Virada Cultural 2025: São Paulo celebra 20 anos com segurança reforçada, impacto econômico expressivo e descentralização cultural
Por Redação | São Paulo TV Broadcasting
A Virada Cultural de São Paulo, realizada nos dias 24 e 25 de maio de 2025, entrou para a história como a edição mais segura e uma das mais grandiosas em participação popular e impacto econômico, mesmo com ajustes e críticas sobre o formato. Celebrando seus 20 anos, o evento reuniu aproximadamente 4,7 milhões de pessoas em mais de 1.000 apresentações artísticas espalhadas por 21 palcos nas diversas regiões da capital.
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Segurança como destaque: tecnologia e efetivo ostensivo
Após episódios de violência em edições anteriores, a Prefeitura de São Paulo realizou um amplo redesenho da segurança do evento, mobilizando cerca de 10 mil profissionais, entre policiais militares, guardas civis metropolitanos e seguranças privados. A cidade foi monitorada por mais de 26 mil câmeras do programa Smart Sampa, além de drones, em tempo real.
De acordo com o balanço oficial, foram registradas apenas seis prisões — três por mandados em aberto, uma por tráfico, uma por pichação e três por furto de celulares. A Guarda Civil Metropolitana atendeu apenas duas ocorrências: um roubo de celular e um caso de mal súbito. A sensação de segurança foi destacada pelo público e confirmada por depoimentos de frequentadores.
“A disposição das grades e a presença da polícia me deixa mais segura”, afirmou Camila Torres, 34 anos, técnica de audiovisual. Já Cristiane Monteiro, 56, professora aposentada, ressaltou: “A gente fica mais seguro, né?”, referindo-se também à dispersão da Cracolândia ocorrida dias antes do evento.

O prefeito Ricardo Nunes, em declaração oficial, comemorou:
“Esta é a maior Virada Cultural da história de São Paulo, com uma estrutura robusta de segurança, saúde e cultura para todos os públicos. Mostramos que é possível realizar um grande evento, garantindo bem-estar e tranquilidade.”
Saúde pública preparada: eficiência e prevenção
Foram realizados 176 atendimentos médicos, com apenas 10 remoções para hospitais ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A Prefeitura montou 13 postos médicos avançados, mobilizou 60 ambulâncias e manteve 34 UPAs em funcionamento 24 horas.
Além disso, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) promoveu 17.126 atendimentos, distribuindo 14.248 tatuagens de conscientização e 2.878 pulseiras de identificação infantil. Foram também realizados 69 atendimentos diretos em casos de violência contra a mulher, LGBTfobia e apoio à população em situação de vulnerabilidade.
Impacto econômico e turístico expressivo
A edição movimentou cerca de R$ 300 milhões na economia local, com expressivo aumento na ocupação hoteleira, no fluxo de turistas, no comércio, na gastronomia e no setor de serviços.
“A diversidade cultural, a descentralização dos palcos e o clima seguro atraíram turistas e moradores das mais diversas regiões, fortalecendo São Paulo como um dos principais polos culturais e turísticos do país”, avaliou a Secretária Municipal de Cultura.
A descentralização foi um dos pontos altos: os 21 palcos contemplaram todas as zonas da cidade, levando grandes artistas a regiões que normalmente não recebem espetáculos gratuitos deste porte. Na Zona Norte, Mart’nália, Vanessa da Mata e Luísa Sonza embalaram o público; na Zona Leste, Iza, Alceu Valença e Djonga; na Zona Oeste, Duda Beat, Fresno e Sepultura; na Zona Sul, Michel Teló, MC Hariel e Xande de Pilares; e no Centro, nomes como Liniker, João Gomes e Belo.
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“Levar shows gratuitos para as periferias é um ganho social e cultural imenso”, comentou o psicólogo Hélio de Souza, de 42 anos.
Programação potente, mas com críticas à descaracterização
Mesmo com a grandiosidade, especialistas e frequentadores apontaram que a Virada Cultural se afastou de sua proposta original — um evento de 24 horas ininterruptas de cultura. A programação durante a madrugada foi reduzida, com apenas alguns palcos funcionando nesse período.
O palco do Vale do Anhangabaú, cercado por grades, recebeu atrações como o Orchestra Baobab, do Senegal, e a banda La Delio Valdez, da Argentina, mas a ausência de atrações mais populares na madrugada foi criticada. “Sem atrações chamativas, as pessoas não vão ficar na rua. É uma forma implícita de acabar com a Virada na madrugada”, afirmou a engenheira Lílian Pereira, 40 anos.
O Estadão pontuou que o evento, ainda que mais seguro, se aproximou do modelo de um festival de música privado, mais controlado, e menos da proposta espontânea e vibrante de ocupação cultural do espaço urbano, que o inspirou em 2005, baseado na Noite Branca parisiense.
Momentos marcantes e cultura paraense: a Aparelhagem Crocodilo

Ícone popular do Pará, Aparelhagem Crocodilo rouba atenção no palco do Anhangabau durante a Virada Cultural 2025. Foto: Victor Moriyama/Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Entre os momentos mais celebrados da Virada Cultural 2025, destacou-se a estreia da Aparelhagem Crocodilo, um ícone da cultura paraense, que dominou os intervalos dos shows no Anhangabaú. O crocodilo metálico de 9 metros de comprimento e 3 metros de altura foi transportado por uma carreta de 22 metros desde o Pará, para tocar os maiores sucessos da música paraense.
Ao lado da aparelhagem, participaram artistas como Gaby Amarantos, Viviane Batidão, Jaloo e Gang do Eletro, proporcionando momentos vibrantes e inesperados. “É uma honra trazer a cultura paraense para o coração de São Paulo e ver o público vibrando com nossa música”, celebrou Gaby Amarantos.
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Balanço final: legado de cultura, segurança e desenvolvimento
A Virada Cultural 2025 reafirmou São Paulo como uma cidade vibrante, plural e aberta à diversidade cultural. A administração municipal conseguiu equilibrar segurança, inclusão social, saúde pública e desenvolvimento econômico, mesmo diante de desafios logísticos e críticas sobre a descaracterização do evento.
O prefeito Ricardo Nunes, ao final da maratona, declarou:
“A Virada Cultural é um patrimônio imaterial da nossa cidade. São Paulo provou mais uma vez que é possível celebrar a cultura com responsabilidade, segurança e alegria.”
Para o futuro, permanece o desafio de manter o espírito original da Virada Cultural, conciliando segurança e espontaneidade, tradição e inovação.
Por: Redação São Paulo TV Broadcasting
Fotos: SECOM-SP, Estadão e Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
Colaboração: Bene Correa e Andre Calio e B Ciglioni