
Quem é Sebastião Salgado
Da redação da São Paulo Tv Com informações de Splash e UOL
O mineiro Sebastião Salgado é o sexto de dez filhos, e o único homem entre nove irmãs.
Formado em Economia em Vitória, no Espírito Santo, e pós-graduado na USP, trabalhou no Ministério da Economia em 1968.

Durante a ditadura militar, foi obrigado a exilar-se, indo morar em Paris (1969).
Na capital francesa, fez doutorado em Economia, em 1971. No mesmo ano, começou a trabalhar na Organização Internacional do Café, como consultor no controle de plantações na África.
Foi estudando os cafezais africanos que descobriu as possibilidades da fotografia: melhor meio de retratar a realidade econômica do que textos e estatísticas.

Retornou a Paris e, em 1973, deu início às atividades como fotojornalista.
As primeiras reportagens foram sobre a seca na região africana de Sahel (faixa ao sul do Saara) de Níger e trabalhadores imigrantes na Europa.
Em 1979, tornou-se membro da Magnum Photos, uma cooperativa de fotógrafos.
Então deu início à série de fotografias documentais sobre camponeses na América Latina. O trabalho, que durou sete anos, resultou no livro “Autres ameriques” (1986).

Ainda em 1986, trabalhando para a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, fotografou, durante 15 meses, os refugiados da seca e o trabalho dos médicos e enfermeiros voluntários na região africana de Sahel da Etiópia, Sudão, Chade e Mali, o que resultou no livro “Sahel : l’homme en detresse”.
A série “Workers”, sobre trabalhadores em escala mundial, realizada de 1987 a 1992, correu o mundo em exposição.

O trabalho de Sebastião Salgado inovou ao retratar indivíduos vivendo em circunstâncias desiguais e injustas, em situações de guerras e miséria.
Quase sempre em preto e branco, apresentou imagens em série, em vez de individualmente, se recusando a separar o sujeito do contexto.

“O preto e branco me permite concentrar na personalidade das pessoas, na dignidade, então eu transformo a realidade em uma realidade mais forte ainda”, explicou Sebastião Salgado.
“O Sal da Terra” (2014), documentário corrigido por Wim Wenders e Juliano Salgado, retratou a vida e obra do fotógrafo brasileiro radicado na França.

O longa foi premiado nos festivais de Cannes e San Sebastián. A produção chegou a ser indicada ao Oscar 2015 de melhor documentário, mas perdeu a estatueta para “CitizenFour”, de Laura Poitras.